Nesta quarta-feira, 27, a Comissão Europeia propôs um plano de 750 bilhões de euros para resgatar a economia da crise do coronavírus, e agora enfrenta a difícil tarefa de convencer os 27 líderes da União Europeia (UE).
Para firmar posições, Bruxelas sugeriu que essa ação de 825 bilhões de dólares, a levantado nos mercados em nome da UE, seja dividido como empréstimos, conforme determinado pela Holanda, e auxílios a fundo perdido, como pedido por Espanha e Itália.
“O custo da inação nessa crise será muito mais caro para nós”, alertou a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, pedindo aos 27 líderes do bloco que “deixem de lado velhos prejulgamentos” e apoiem o plano.
Segundo Bruxelas, a pandemia da Covid-19 causou mais de 173.000 mortes na Europa, além de graves danos econômicos, com uma contração de 7,4% do Produto Interno Bruto (PIB) da UE neste ano.
Fundo de Recuperação
Haia e seus três parceiros “frugais” defendem empréstimos reembolsáveis, enquanto Madri e Roma querem ajudar para não aumentar suas dívidas.
Alemanha deu um apoio inesperado na última semana, juntamente com a França, defendendo um fundo de meio trilhão de euros (cerca de 550 bilhões de dólares).
Paris e Berlim propuseram levantar o dinheiro com a emissão de dívida nos mercados por parte da Comissão e distribuí-lo sob a forma de auxílio não reembolsável. Haia, Viena, Estocolmo e Copenhague querem empréstimos reembolsáveis, em condições favoráveis.
Do total, a Itália receberia um pouco mais de 81 bilhões de euros em ajuda direta e 90 bilhões em empréstimos, enquanto a Espanha teria acesso a 77 bilhões em doações e 63 bilhões em créditos reembolsáveis.
Esses fundos poderão ser destinados à transição ecológica e digital e estarão vinculados ao cumprimento das recomendações anuais para reformas de Bruxelas no chamado Semestre Europeu, como antecipou seu vice-presidente Valdis Dombrovskis, dias atrás.
Essas linhas de crédito fazem parte de uma primeira resposta emergencial à crise de 540 bilhões de euros, juntamente com o instrumento de empréstimos para planos de desemprego parcial (SURE) e créditos do Banco Europeu de Investimento (BEI) para empresas.
No início da pandemia, a UE também suspendeu seus tetos de gastos e flexibilizou suas regras para ajuda pública, o que, de acordo com Espanha e Itália, permitiu que países menos endividados gastassem mais para resgatar suas economias em vez de apoiar seus parceiros europeus.
Embora o presidente francês, Emmanuel Macron, tenha pedido um acordo “rápido”, os analistas apostam em setembro como prazo.
O fundo de reconstrução estará vinculado ao Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2021-2027, o primeiro orçamento da UE sem o Reino Unido e que deve financiar as novas prioridades e sua “autonomia estratégica” contra concorrentes, entre eles, a China.
A Comissão Europeia propõe agora um QFP de 1,1 trilhão de euros para os próximos sete anos.
“Nosso orçamento comum está no centro do plano de recuperação”, disse o comissário de Orçamento, Johannes Hahn, para quem a UE emergirá “mais competitiva, resiliente e soberana”.
Conteúdo: AFP
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