O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) aponta nas investigações sobre o esquema das “rachadinhas” que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) e sua esposa, Fernanda Bolsonaro, teriam omitido de suas declarações de Imposto de Renda o montante de R$ 350 mil investidos na compra de uma loja de chocolates.
A omissão foi constatada após os promotores cruzarem os dados bancários e fiscais de Flávio e Fernanda diante da queda de sigilo permitidas pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).
Em seu depoimento ao MP, Flávio entrou em contradição durante a explicação da negociação, confundindo valores e, até chegando a declarar que não se lembrava das operações, conforme O Globo.
De acordo com investigações, Flávio e seu sócio, Alexandre Santini, compraram a loja da C25 Comércio de Alimentos, que pertencia a Cristiano Correia Souza e Silva. Assinado em 11 de dezembro de 2014, o contrato foi acertado no valor de R$ 800 mil.
Na ocasião, cada sócio ficou responsável pela metade, ou seja, R$ 400 mil. Os promotores encontraram, na declaração de Flávio, o pagamento de R$ 50 mil para a empresa de Cristiano em 2014.
No entanto, não sendo sócia da empresa, Fernanda realizou uma transferência eletrônica para a C2S no valor de R$ 350 mil, no dia 2 de fevereiro de 2015, e quitou o que seria a parte de Flávio na aquisição da loja. Mas este pagamento não foi declarado pela esposa de Flávio Bolsonaro à Receita Federal.
Segundo os autos da investigação, o pagamento pela aquisição da loja não foi declarado à Receita Federal. Os promotores possuem as declarações retificadas de 2007 até 2018, período que abrange a quebra de sigilo autorizada pela Justiça.
O MP-RJ investiga ainda as circunstâncias da aquisição da loja e apuram se Santini, de fato, arcou com sua parte na compra.
Conteúdo: Brasil 247
Foto: Vitor Soares/ ALERJ