O sinal verde do ministro de infraestrutura, Tarcísio Freitas, para pavimentação de 52 quilômetros da BR-319 (Manaus/Porto Velho) em 2021, repercutiu nesta terça-feira, 22, entre os deputados na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Serafim Corrêa (PSB) foi o primeiro a usar a tribuna e destacou que depois de muitos imbróglios, pela primeira vez o problema caminha para uma solução.
Serafim afirmou que o receio dos ambientalistas em relação a BR-319 era que, uma vez aberta a estrada, houvesse o fenômeno “espinha de peixe”, se referindo às vicinais à esquerda e à direita da rodovia que poderia aumentar as áreas de devastação, queimadas, ocupações irregulares e grilagem.
“Esse é um aspecto. Outro aspecto diz respeito à sustentabilidade. As passagens pela estrada, por cima ou por baixo da estrada para permitir com que os animais passassem de um lado para outro”, lembrou o deputado.
Na esteira do colega, Fausto Júnior (PRTB) disse que acompanhou ontem a audiência em que o governador Wilson Lima (PSC) participou juntamente com o deputado Roberto Cidade (PV), presidente da Comissão de Transportes, da Aleam, com o ministro Tarcísio Freitas.
“O ministro anunciou que até o final do ano já estará sendo pavimentada a BR-319 no primeiro trecho de 52 quilômetros e fez um compromisso de governo que até o final de 2022, o trecho do meio da BR-319 será devidamente asfaltado. Isso é muito importante no sentido do desenvolvimento do país e não apenas do estado do Amazonas”, enfatizou.
Fausto ainda afirmou que a BR-319 não liga somente o Amazonas ao resto do país, mas também Roraima facilitando o escoamento de produtos do Estado vizinho para o resto do Brasil.
“A única ligação que Roraima tem com o Amazonas é a BR-174 (Manaus/Boa Vista), se um produto de Roraima quiser ser escoado para o resto do país ele também tem que passar pela BR-319. Havendo essa parceria, pensando no país como nós não vimos nos governos do PT em que dinheiro do BNDS foi utilizado para financiar obras no estrangeiro que não tinham qualquer relação com o desenvolvimento do nosso país, porque não se faz uma parceria entre o Brasil e a Guiana para asfaltar a rodovia que liga a BR-174 até o porto desta cidade (Georgetawn) fazendo uma ligação mais rápida até o Caribe e até o oceano diminuindo em 30% o preço frete”, sugeriu.
João Luiz (Republicano) também se manifestou sobre os benefícios da BR-319 que na sua avaliação precisa ser uma obra bem feita para que a rodovia possa durar muitos anos.
“Quando estive em Brasília, me encontrei com o ministro que me disse que morou no Amazonas 6 anos. Ele me dizia da importância da BR-319 não só para o Amazonas, mas para o Brasil. Como o próprio ministro falava, o Amazonas precisa estar interligado ao Brasil e a BR-319 é de suma importância a sua pavimentação para que a região venha se desenvolver”, disse.
‘BR vai dar certo’
O deputado Roberto Cidade (PV) disse que acredita que “tão sonhada” BR-319 dessa vez vai dar certo e citou que o presidente Jair Bolsonaro está empenhado nisso.
“O ministro Tarcísio Freitas foi bem incisivo ele conhece a realidade do Amazonas e disse que vai fazer a BR-319 e que a partir de hoje vai ser aberta as propostas e as licitações que teremos um vencedor. Eu estive lá e vi que serão feitas também obras de drenagem. Não adianta fazer apenas a pavimentação e no outro ano não ter mais o asfalto”, cobrou.
Cidade afirmou que está otimista que no ano que vem vamos ter liberação das licenças ambientais para que seja concluída as obras de pavimentação do “trecho do meio”.
“Estou otimista que vamos ter as licenças ambientais para fazer também os 405 quilômetros (trecho do meio) e vamos ligar o Amazonas ao resto do Brasil. Quero parabenizar o governo Bolsonaro. Tivemos vários anos de PT e infelizmente não tivemos um olhar com carinho para a BR-319 só promessas e nada de se fazer”, alfinetou.
Entrave do MPF
A líder do governo na Aleam, Joana Darc (PL) alertou os colegas deputados que para a pavimentação da BR-319 se tornar realidade é necessário ainda se cumprir uma determinação do Ministério Público Federal que pode durar até um ano.
“Tem um trecho que precisa se fazer os estudos de impactos ambientais e se demora pra fazer isso esse estudo de forma técnica um ano. A gente teria então mais um ano pra tentar resolver essa questão, porém, foi debatido que se for criado uma RDS (Reserva de Desenvolvimento Sustentável) em torno desse trecho ou uma área de preservação o MPF que também está nesse debate da BR-319 disse que se sente satisfeito sem necessitar dos estudos de impactos ambientais”, concluiu.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Divulgação