abril 13, 2025 08:30

Proposta de ‘lockdown’ e aumento da Covid-19 no Amazonas dividem deputados na Aleam

O aumento do número de casos de contaminação da Covid-19 no Amazonas, que pode estar vivendo a segunda onda da doença e o pedido de lockdown feito pelo prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), que não foi aceito pelo governador Wilson Lima (PSC) repercutiu nesta quarta-feira, 30, entre os deputados e dividiu a opinião dos parlamentares durante a sessão híbrida da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).

O deputado Wilker Barreto (Podemos) foi o primeiro a usar a tribuna durante o pequeno expediente para questionar a volta às aulas presencial e disse que quer convidar o secretário de Saúde, Marcellus Campêlo, e o secretário de Educação, Luís Fabian, para que possam garantir, na Aleam, para o povo do Amazonas que o retorno as atividades na Seduc obedecem todos os critérios sanitários.

“O que me assusta é que quando assisto o Jornal Nacional o mapa do Brasil o Amazonas está vermelho. Fecha bares, fecha restaurantes e volta às aulas. Eu tenho uma dúvida aqui. Quando a Seduc voltou com a capacidade de 30% os contratos também vão ser  30%? Os serviços pagos numa engrenagem bilionária serão proporcionais a quantidade de alunos em efetiva atividade?  Não esqueçamos que os alunos voltam depois das aulas retornam ao final das sulas para as suas residências aumentando a possibilidade da propagação (do vírus) para aqueles mais vulneráveis”, questionou.

Na esteira do colega de partido, Dermilson Chagas acusou o governo do Estado de não estar divulgando a realidade do número de infectados que todos os dias aumentam as estatísticas no Amazonas. Dermilson disse que os números que o governo divulga são para convencer uma sociedade que está sobre controle.

“Fiz uma audiência pública com pesquisadores do Inpa, da Universidade Federal de Minas Gerais, Ministério Público do Trabalho e com cientistas da Fiocruz e os dados são avassaladores e o governo do Estado simplesmente se cala. Estamos pedindo providências do Ministério Público do Estado para que tome uma atitude em relação ao governo porque os números são contraditórios. Estão aí os números que o prefeito (Arthur Neto) tem pedindo o lockdown e o governo diz que está tubo bem”, disse.

Dermilson afirmou ainda que pessoas estão morrendo e 70% dos leitos dos hospitais já estão ocupados. “Os números de contaminação continua alto e as pessoas precisando de hospitais precisado que o Estado funcione. Quais são os dados da Covid? O que a Fundação de Vigilância Sanitária divulga ou o que nós encontramos nos hospitais e estamos vendo todos os dias nas redes sociais a divulgação de mortes”, apontou.

Num aparte, Fausto Júnior (PRTB) questionou o colega em relação a defesa dele pelo lockdown. “Quero externar a minha preocupação com a proposta de lockdown e dizer que sou contrário a proposta de lockdown por entender que o isolamento social serve para fazer um escalonamento da evolução da contaminação do vírus. Ele não trata ninguém. O que precisamos e identificamos isso na CPI da Saúde é uma estrutura adequada para receber as pessoas que venham receber os sintomas e sejam tratadas nas unidades de saúde. O lockdown seria desastroso para a economia”, questionou.

Já Felipe Souza (Patriota) também foi na esteira do colega e criticou a possibilidade de lockdown. Souza disse que hoje não cabe mais lockdown que é absurdo e que quando foi proposto era pra que os hospitais do governo e da prefeitura se estruturassem com leitos e UTIs para que pudessem receber a população.

“Hoje, não cabe mais isso. O que tem que fazer hoje é o sistema básico de saúde logo que as pessoas sintam os sintomas e recebam o medicamento e iniciem imediatamente o tratamento. Como foi feito no interior do Estado onde o índice de mortalidade foi muito menor do que na capital. Outra coisa, temos que ter cuidado com as nossas palavras para não aterrorizar  a população.  Muitos já estão em pânico em depressão com a questão do Covid” concluiu.

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) esclarece que, apesar da substancial queda no número de casos, internações e óbitos no estado até o fim de agosto, o Amazonas ainda permanece com circulação viral de Covid-19 na capital e no interior, ou seja, o estado continua em pandemia.

FVS aponta desaceleração

O governo do Estado se pronunciou por intermédio de nota enviada pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES), antiga Susam que de acordo com a Fundação de Vigilância Sanitária (FVS) afirma que o Amazonas passa por uma desaceleração de casos.

Confira a nota na integra

Os indicadores monitorados pela Fundação de Vigilância Sanitária (FVS-AM) apontam uma desaceleração na queda da média móvel de casos e um movimento de alta na média móvel de internações pela doença. Porém, no momento não é possível afirmar que o Amazonas vive uma segunda onda de Covid-19.

A rede de saúde conta, atualmente, com cerca de 460 leitos apenas para pacientes com Covid-19. O Hospital Delphina Aziz segue sendo a referência para tratamento desses e conta, atualmente, com 384 leitos, sendo 90 leitos de UTIs e 200 leitos clínicos para a internação. Os demais são destinados ao tratamento de pacientes clínicos pós Covid, que passaram pelo período de transmissão da doença, mas seguem internados tratando sequelas da infecção.

Além disso, o Hospital e Pronto-Socorro (HPS) Platão Araújo e o HPS 28 de Agosto também continuam com leitos de UTI, clínicos e salas vermelhas, destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19, assim como os Serviços de Pronto Atendimento (SPAs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

 

 

 

 

Augusto Costa para O Poder

Foto: Divulgação

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