O Senado americano decidiu em votação neste sábado, 13, convocar testemunhas ao julgamento de impeachment do ex-presidente americano Donald Trump, atrasando um veredito esperado para hoje. A decisão pode fazer o julgamento se estender por dias.
O ex-presidente americano é acusado de incitar a insurreição contra o Capitólio americano no dia 6 de janeiro, quando legisladores estavam reunidos para certificar a vitória do presidente Joe Biden. Trump nega. A invasão deixou cinco mortos.
Os senadores querem ouvir a deputada republicana Jaime Herrera Beutler, que na sexta (12/2) chamou a atenção de legisladores com uma declaração. Segundo Beutler, outro congressista republicano, Kevin McCarthy, lhe disse que Trump havia demonstrado apoio à insurreição enquanto ela acontecia, em um telefonema entre os dois naquele 6 de janeiro. McCarthy ainda não se pronunciou publicamente sobre o relato de Beutler.
A decisão de chamar testemunhas foi aprovada por 55 dos 100 senadores em meio a um debate acalorado.
Analistas apontam que uma condenação de Trump pelo Senado é improvável. Para que isso ocorra, 67 dos 100 senadores teriam que votar contra ele. Como só contam com 50 cadeiras, os democratas precisariam convencer 17 republicanos para chegar a esse resultado. Mas apenas 6 deles se mostraram dispostos a reconhecer a legalidade do julgamento contra Trump, indicando como a maioria deve votar.
Este é o segundo julgamento de impeachment de Trump. Nas duas vezes, a Câmara aprovou seu impeachment, fazendo dele o primeiro presidente a sofrer um impeachment duas vezes.
Caso o Senado condenasse Trump agora, os senadores também poderiam decidir se ele seria impedido de concorrer a cargos políticos. Se não for condenado – como em seu primeiro processo de impeachment -, o caminho para Trump concorrer em eleições seguirá livre.
Conteúdo: BBC
Foto: MANDEL NGAN / AFP