Dos 33 partidos existentes no Amazonas, o Partido dos Trabalhadores (PT) é o que tem mais filiados com 22 mil pessoas associadas. Conforme as estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o segundo partido nesse ranking é o Republicanos com 21,4 mil, seguido pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) que tem 19,3 mil filiações.
Conforme a pesquisa, o Partido Social Cristão (PSC) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) também possuem um número expressivo de filiações com 16.815 e 15.799, respectivamente.
Por outro lado, os partidos com menores aderências no Amazonas são o Partido da Causa Operária (PCO), com 146 filiações, e o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), com 163 afiliados.
Os partidos Novo, Rede Sustentabilidade e o Partido Comunista Brasileiro (PCB) possuem menos de mil filiações com 291, 525 e 763, respectivamente.
Sem impactos
Para o sociólogo e cientista político Carlos Santiago, esses números não devem impactar na eleição de 2022, uma vez que a maior parte dos partidos políticos preenche uma necessidade “cartorial”. Além disso, as siglas são controladas por grupos familiares ou pequenos grupos estabelecidos.
Ainda de acordo com o especialista, há também a problemática de que os partidos que existem apenas em anos eleitorais e desaparecem logo depois. “Os quatro primeiros partidos com maiores filiados têm pouca expressão nas Casas Legislativas. Ter números de filiados não necessariamente significa uma votação expressiva. Por exemplo, o PT tem maior parte dos filiados, mas tem um vereador e um deputado estadual eleito”, exemplifica.
Cláusula de Barreira
Para superar a cláusula de barreira, Carlos Santiago sugere que o partidos tracem estratégias para superar o problema estimulando sua vida orgânica.
“Existe até uma ideia de federação partidária para partidos menores. A Cláusula de Barreira veio para tirar tempo de TV, quando não se tem eleição, além de cortar o fundo partidário e o eleitoral”, informa o cientista político.
Uma das soluções apontadas por Santiago é que os candidatos eleitos precisam ser fiéis ao seu partido, ao invés de serem com um determinado número de eleitores. Para ele, tal atitude enfraquece as siglas quando precisam se renovar e fortalecer.
“O partido tem que expressar uma ideologia e uma proposta coletiva. O partido político espelha ou deve espelhar o sentimento da vida social e a pauta. Com isso, ele se renova e cresce”, diz Santiago. “A vida orgânica de uma sigla se mantém com debates e discussões. Por meio de filiações e novas lideranças o partido deixará de ser apenas uma sigla”, conclui.
Priscila Rosas, para O Poder
Foto: Reprodução
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins