Enquanto espera que o Congresso faça uma reforma em busca de recursos para criar o novo programa de benefícios sociais — chamado de Auxílio Brasil —, o governo federal tem 2,2 milhões de famílias elegíveis, mas em fila de espera no programa Bolsa Família.
Os dados são referentes ao mês de junho e foram levantados pela câmara temática da assistência social do Consórcio Nordeste (grupo que reúne os nove Estados da região). O número de famílias cresceu quase 20% em apenas quatro meses, já que era 1,8 milhão em fevereiro.
O critério usado para classificar a demanda reprimida foi o de famílias que possuem perfil para o programa, mas aguardam a concessão pelo governo federal.
MP e Bolsa congelada
Apesar da maior busca de famílias por auxílio do governo, o ministério mantém congelado o número de famílias beneficiárias do Bolsa Família enquanto espera vaga orçamentária para implantar o Auxílio Brasil. O programa criado por MP pretende incorporar os benefícios sociais federais em um só, ampliando o valor pago às famílias.
Especialistas criticaram a nova proposta porque veem uma dificuldade em sua aplicação e efetividade. Em setembro, 14,6 milhões de pessoas receberam o Bolsa Família, número praticamente congelado desde março.
Entre elas, há aqueles que hoje recebem o auxílio emergencial, em valores entre R$ 150 e R$ 375. Ao todo, o auxílio está sendo pago a 39 milhões de pessoas, beneficiárias ou não do Bolsa Família.
Na última segunda-feira, 27, a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que autoriza o governo federal a usar a reforma do Imposto de Renda como fonte de recursos para compensar a criação do Auxílio Brasil.
O presidente Jair Bolsonaro prometeu um aumento de pelo menos 50% no valor médio do Bolsa Família (atualmente em R$ 189). Entretanto, valores não estão fechados.
Verba
Em resposta ao UOL, o Ministério da Cidadania afirmou que “tem trabalhado sistematicamente para fortalecer os programas sociais e estabelecer uma rede de proteção para a população em situação de vulnerabilidade no país”. A pasta afirma que é compromisso da atual gestão “ampliar o alcance das políticas socioassistenciais”, mas alega que há restrições orçamentárias para que todos sejam contemplados.
Com informações do UOL
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