Roraima – Um dia após duas crianças indígenas morrerem afogadas em uma região de garimpo ilegal, na região do Parima, Terra Indígena Yanomami, a deputada federal Joenia Wapichana (Rede) usou uma rede social para lamentar o ocorrido e cobrar mais proteção do Poder Público aos povos indígenas.
“Inacreditável e grave. […] Não podemos banalizar o sucessivo aumento da violência contra os povos indígenas. O Estado brasileiro tem o dever de proteger a vida, integridade física, e a garantir justiça”, escreveu a deputada na publicação.
A confirmação da morte das crianças foi feita por meio de nota emitida pela Huturuka Associação Yanomami (HAY), no dia 13 de outubro.
Segundo o comunicado, os indígenas, de 5 e 7 anos, brincavam no rio que banha a comunidade, próximo à balsa de garimpo instalada no local, quando foram sugados e cuspidos para o meio do rio e lavados pela correnteza.
“A morte das duas crianças Yanomami é mais um triste resultado da presença do garimpo ilegal na terra indígena, que segue invadida por mais de 20 mil garimpeiros. Até setembro de 2021, a área de floresta destruída pelo garimpo ilegal na região superou a marca de 3 mil hectares”, cita trecho da nota.
De acordo com a associação, além das regiões já altamente degradadas, como a Waikás, Aracaçá e Kayanau, o garimpo avança sobre novas regiões, como em Xitei e Homoxi, onde a atividade teve um aumento de 1000% entre dezembro e setembro desde 2021.
Anderson Soares, para O Poder
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