Roraima – Em decisão proferida na sexta-feira, 21, o senador Mecias de Jesus (Republicanos) foi condenado pela Justiça Federal por prática de atos de improbidade administrativa, além de ter os direitos políticos suspensos por cinco anos e ter que restituir R$ 1,9 milhão aos cofres públicos.
Mecias é suspeito de ter participação em esquema de desvio de verbas públicas oriundas de convênios federais, na operação Praga do Egito, que ficou conhecida nacionalmente como ‘Escândalo dos Gafanhotos’. À época deputado, teria incluído pessoas humildes como falsos funcionários do Estado de Roraima. A ação teria resultado no desvio de milhões.
Para reparar o dano ao erário público, Mecias foi condenado a restituir aos cofres públicos R$ 1,9 milhão corrigidos monetariamente desde janeiro de 2002, época em que teria ocorrido o crime. Consta, ainda, que o parlamentar deverá pagar multa civil equivalente ao valor atualizado do dano.
Além disso, o senador do Republicanos, que já foi vereador, deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), teve a suspensão dos direitos políticos pelo prazo de cinco anos.
‘Escândalo dos gafanhotos’
Em 2003, a Polícia Federal deflagrou a ‘Operação Praga do Egito’, que investigava um esquema de desvio de verbas públicas de mais de R$ 70 milhões. A operação, que ganhou repercussão nacional, ficou conhecida como ‘Escândalo dos Gafanhotos’. À época, vários políticos foram detidos por suspeita de participação no esquema.
‘Motivações políticas’
Por meio de nota, senador afirmou que a sentença se baseou em meras suposições e depoimentos vagos e tem motivações políticas.
“A referida ação está em curso há mais de 18 anos, sendo que, nesse tempo, o Ministério Público nunca apresentou qualquer prova de que eu tenha participado, direta ou indiretamente, de algum ato ilícito”, inicia.
“A sentença se baseia em meras suposições e em depoimentos vagos, todos de pessoas que, por diversas razões, gostariam de me imputar falsamente algum ato ilícito”, disse.
Em outro trecho da nota, o senador afirma que ninguém pode ser condenado com base em suposições. “Ninguém pode ser condenado por meras suposições, ainda mais quando a instrução do processo demonstra que jamais participei de qualquer suposto ato ilícito, ainda que indiretamente”.
“Respeito o Poder Judiciário e tenho certeza de que a sentença será anulada ou reformada, até porque não considerou a prova que deixava evidente minha completa inocência. Por fim, as acusações contidas na ação têm motivações políticas advindas dos meus adversários em Roraima”
Da redação O Poder
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