Roraima – Envolvido em polêmicas e investigado pela Justiça, o deputado federal Jhonatan de Jesus (Republicanos) ganhou destaque negativo nacional ao ter um suposto “esquema político” que o ajudou a ser reeleito detalhado em um artigo publicado pela Revista Veja, nesta sexta-feira, 21.
A “trama eleitoral”, como classificou o autor do texto, José Casado, cita que as ações executadas para manter Jhonatan na Câmara dos Deputados pelos próximos quatro anos, afetou a disputa eleitoral e deixou rastro de suspeita.
O artigo inicia destacando que o pai do deputado, o senador Mecias de Jesus, também do Republicanos, teve forte influência nas eleições deste ano, que resultou com Jhonatan recebendo 19.881 votos, o melhor desempenho entre os candidatos para deputado federal.
‘Líderes de clã’
No texto, o colunista cita como exemplo de uma estratégia política um outdoor fincado no município de Caroebe, ao Sul de Roraima, em que Jhonatan aparece ao lado de Mecias em clara propaganda eleitoral. A Justiça Eleitoral, inclusive, determinou a remoção alegando “enaltecimento pessoal”.
“A imagem que ladeava o texto havia sido distorcida para deixar o filho Jesus, deputado federal, mais destacado que o pai Jesus, senador. São líderes de um clã cuja ascensão na política de Roraima é turbinada pela eficiente máquina eleitoral da Igreja Universal, controladora do partido Republicanos”, destaca trecho do artigo.
63 salários
Ao citar o desempenho de Jhonatan nas urnas, a Revista Veja afirma que ele teve uma das campanhas mais caras do país, e que foi abastecida com recursos públicos do Fundo Eleitoral e do orçamento secreto, ou paralelo, mecanismo de repasse de recursos, sem transparência, adotado no governo Bolsonaro para atender a parlamentares.
“Cada voto de [Jhonatan] Jesus em Roraima custou mais de 63 salários mínimos. Ele gastou 7.700 reais por eleitor. É sete vezes mais que a renda média da população do estado. Jesus recebeu 154 milhões de reais em emendas orçamentárias, além de 1,5 milhão de reais do partido. Isso equivale a 15% da arrecadação anual de Roraima e a 25% da receita da prefeitura de Boa Vista”, detalha.
Cargo vitalício?
Tanto Jhonatan como Mecias seguem em cargos políticos em Roraima há décadas e, em cada nova eleição, eles apostam praticamente quase sempre nas mesmas estratégias para continuarem sendo eleitos.
Uma delas é o apoio do Executivo Estadual. Nas últimas gestões estadual, os ‘republicanos’ tiveram apoio da “máquina pública”. Nos bastidores, é ventilado que eles recebem em troca secretarias para “tomar de conta”, como a Companhia de Águas e Esgoto de Roraima (Caer), que já foi denunciada e classificada como “cabide de emprego”.
Além desta, outra pasta que foi comandada por Mecias e Jhonatas é a Secretaria da Fazenda de Roraima (Sefaz), que até poucos meses tinha como secretário Marcos Jorge de Lima (Republicanos), que só pediu exoneração para concorrer ao cargo de deputado estadual, sendo eleito com 7.624 votos.
Com informações da Revista Veja
Foto: Divulgação