O presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), David Reis (Avante), fez poucos Projetos de Leis (PLs) durante estes dois anos. Por meio de um PL, o vereador tentou mudar o nome de uma praça no bairro Praça 14 e acabou irritando familiares do homenageado e o movimento negro local.
Em junho do ano passado, por meio da Lei Municipal nº 2.767/2021, de autoria de David Reis, e que foi revogada, o nome de um “espaço público” foi mudado, segundo o que está escrito na proposta, para “Praça Oscarino Peteleco”, artista amazonense falecido em 2018.
No entanto, o local chamava-se Nestor Nascimento, nome importante dentro do movimento negro em Manaus. Ele foi o fundador do movimento Alma Negra e é considerado um dos maiores líderes negros do Amazonas.
O Projeto de Lei nº 354/2021, que deu origem à lei municipal, sequer mencionava a figura histórica e tramitou sem consulta aos moradores da Praça 14, bairro onde está situada o logradouro público. Na nota enviada à imprensa, David Reis admitiu que não conhecia Nestor Nascimento, que não houve intenção de apagar a história e reconheceu a luta do ativista.
Como forma de reverter o erro, os vereadores aprovaram o PL nº 423/2021, que revogou a lei municipal, estabelecendo o nome da praça para Nestor Nascimento. O erro de Reis, acusado de tentar apagar a memória do líder negro, foi relativizado pelos vereadores presentes em plenário.
Pedido de desculpas
O primeiro pedido de desculpas à comunidade quilombola, familiares de Nestor Nascimento e aos moradores da Praça 14, não partiu de David Reis, mas de seu pai, o secretário municipal de Limpeza Pública, Sabá Reis, que atribuiu a culpa do “equívoco” a si próprio e não ao filho.
Priscila Rosas, para Portal O Poder
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