Roraima – O governador cassado de Roraima, Antonio Denarium (PP), encaminhou à Assembleia Legislativa (ALE-RR), no dia 11 setembro, o Projeto de Lei 242/2023, que cria o Conselho Estadual de Promoção e Igualdade Racial (CONSEPIR).
De acordo com o PL, a criação de Conselhos é imprescindível para o combate da discriminação étnico-racial, redução das desigualdades sociais, econômicas, políticas e culturais, bem como atuação no monitoramento e fiscalização dessas políticas públicas setoriais, em atenção às previsões do Estatuto da Igualdade Racial, Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010, sendo também indispensável para conhecer e propor políticas públicas para as minorias étnicas, deliberando sobre as políticas públicas que promovam a igualdade racial e enfrentamento do racismo e da intolerância étnico-racial.
“Os Conselhos de Promoção da Igualdade Racial são espaços de participação popular, com representação paritária de organizações da sociedade civil e do Governo, para estabelecimento da agenda de políticas públicas e de acompanhamento das ações de superação do racismo”, diz trecho.
“Bicho”
Em janeiro deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito para apurar a responsabilidade cível de Antonio Denarium após ela declarar que os indígenas “têm que se aculturar e não podem mais ficar no meio da mata, parecendo bicho”.
De acordo com o procurador Alisson Marugal, as declarações ofendem a imagem coletiva dos yanomami, rotulando-os como bichos, e expressam opinião depreciativa que implicaria que os indígenas não poderiam viver seu modo de vida tradicional.
Em nota, o Conselho Indígena de Roraima, organização representativa de 261 comunidades, repudiou as falas de Denarium e destacou que o governador de Roraima minimiza o grave estado de calamidade pública enfrentado pelos povos indígenas yanomami por conta da invasão de seu território por garimpeiros ilegais.
Impeachment
Diante do caso grave contra os povos indígenas, o governador virou alvo de dois pedidos de impeachment protocolados na Assembleia Legislativa de Roraima. O primeiro pedido de impeachment foi protocolado no dia 6 de janeiro deste ano pelo jornalista e vereador de Boa Vista, Bruno Perez (MDB). O parlamentar alega que o governador cometeu crime de responsabilidade.
Já o segundo pedido por crime de responsabilidade é de autoria do advogado Marco Vicenzo, que também destaca a fala do governador sobre os indígenas Yanomami.
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