novembro 22, 2024 18:56

Em reunião no TRE-AM, diretor da Pontual Pesquisas expõe preocupação com interpretação jurídica sobre pesquisas eleitorais

Nesta quarta-feira, 17, representantes dos institutos de pesquisas que atuam em Manaus estiveram no Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) para participar da reunião que teve como objetivo fornecer transparência na metodologia utilizada por essas empresas.  

A reunião surgiu de um pedido feito à Corte Eleitoral, por intermédio do Coordenador do Comitê de Combate à Desinformação, Marcelo Manuel da Costa Vieira, para proporcionar esclarecimentos em razão de acontecimentos recentes e fatos relacionados a partidos políticos que, supostamente, estariam tentando criminalizar os estudos eleitorais devidamente registrados e induzindo a Justiça Eleitoral ao erro.

“Acredito que muito por parte do Judiciário, muitas vezes, podem vir fatores limitantes de entender nosso universo técnico no que tange às pesquisas eleitorais. A exemplo disso, todos nós, na nossa vida acadêmica, passamos por bancas examinadoras. Você coloca o estudo científico, do qual você utilizou um método, e põe à prova para a banca examinadora. Durante a eleição, é como se nós entregássemos vários estudos baseados em métodos, tentando prever, através da ciência, um possível resultado que deverá acontecer. Ou seja, durante a eleição, passamos por várias bancas examinadoras”, explicou Eric Barbosa, diretor do Instituto de Pesquisa Pontual. 

Barbosa ainda disse que existe uma dúvida sobre a interpretação ao universo da pesquisa científica. “Porém, eu tenho me preocupado muito na interpretação jurídica quanto ao universo da pesquisa científica relacionado aos cálculos, a amostragem, ao método, qual a base dos dados que estão sendo cruzados. Porque todos esses fatores limitantes, que são inerentes ao processo de avaliação de um instituto, são reproduzidos dentro de decisões judiciais das quais os estudos podem ser reconhecidos como errados, que não estão certos, ou não estão utilizando base de dados demográficos”, ressaltou. 

O desembargador João Simões, presidente do TRE-AM, disse que o tribunal trabalha no sentido de garantir que todo o processo eleitoral transcorra com transparência, garantindo a eleição dos mais votados. A reunião foi dirigida pelo coordenador do Comitê de Combate à Desinformação, Marcelo Vieira. Participaram também os juízes-membros do Pleno Giselle Falcone e Fabrício Marques; os juízes coordenadores da Fiscalização da Propaganda, Roberto Taketomi, Gildo Carvalho e Jean Pimentel; a juíza auxiliar da Presidência, Careen Fernandes e o Procurador Regional Eleitoral, Rafael Rocha.

Durango não participa 

O publicitário e dono da empresa Perspectiva Mercado e Opinião, Durango Duarte, não apareceu na reunião geral. Na semana passada, ele atacou e ameaçou o presidente do TRE-AM, João Simões, por achar que a Justiça não deveria ouvir o lado das empresas. O empresário tenta monopolizar o mercado de pesquisas eleitorais do Amazonas e atribui o trabalho de seus concorrentes como “fraudadoras”. 

Em áudio, Durango disse que João Simões iria passar vergonha com a reunião e, se caso tivesse sua palavra cortada durante a reunião, iria denunciá-lo por abuso de autoridade e compactuação com institutos ‘fraudulentos’. 

Após a polêmica gerada, Durango desculpou-se publicamente. 

 

Priscila Rosas, para Portal O Poder 

Foto: Divulgação

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