O cenário não está favorável para o secretário de Educação do Pará, Rossieli Soares, que está no centro de uma crise. As novas medidas não agradaram professores, indígenas, quilombolas e à população. Entre os pedidos dos manifestantes, está a saída dele do cargo.
Nesta semana, lideranças indígenas ocuparam o prédio da Secretaria de Educação do Pará (Seduc) pedindo a revogação da Lei nº 10.820, aprovada em dezembro de 2024 pelo governador Hélder Barbalho que, entre outras alterações, substitui as aulas presenciais pelo ensino online em áreas distantes de centros urbanos, a exemplo de comunidades do campo, tradicionais e quilombolas e terras indígenas, que historicamente sofrem com o fornecimento irregular ou ausência de energia e internet.
No sudeste paraense, indígenas da etnia Gavião interditaram a BR-222 durante a manhã de quinta, 14. Na região do Baixo Tapajós, 14 povos indígenas interditam desde 13h a BR-163, em apoio à ocupação da Seduc, em defesa da manutenção do Some e Somei e pela saída de Rossieli Soares.
Sem diálogo com o governador e o secretário, os professores da rede de ensino do Estado anunciaram na manhã da última quinta-feira, 16, o indicativo de greve a ser iniciada no dia 23 por meio de uma passeata nas ruas de Belém que culminou na ocupação do Congresso Internacional de Direitos Humanos, que acontece na Estação das Docas e deve receber a presença da ministra Macaé Evaristo.
Para piorar a crise que a Educação do Pará enfrenta, as denúncias do uso de violência contra os manifestantes e até contra os jornalistas são diárias.a rede de comunicadores indígenas têm mantido jornalistas e apoiadores informados dos desdobramentos da ocupação por meio de uma força tarefa diária nas redes sociais do Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns. O caso foi levado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), ao Ministério da Educação e dos Direitos Humanos e Cidadania.
Da Redação