abril 12, 2025 14:14

PA: Preços de hospedagem fazem países reduzirem enviados para COP30

Países europeus pretendem reduzir o tamanho das delegações para a COP30, em Belém, por causa dos preços exorbitantes de hospedagem que estão sendo cobrados na capital do Pará. O evento sobre clima está marcado para novembro deste ano.

Os valores cobrados ultrapassam o limite autorizado pela legislação de alguns governos para gastos com hospedagem. Em uma reunião com missões diplomáticas, o governo brasileiro sugeriu que embaixadores diplomatas compartilhassem quartos e cabines de navio para que todos tivessem onde dormir, segundo apurou a coluna. A solução não agradou os interlocutores.

O governo de um país do norte da Europa pretendia levar entre 60 e 70 pessoas, mas terá que reduzir o tamanho da delegação. O custo para alugar um navio é de US$ 1.000 por noite (cerca de R$ 5.900) e nem abrigaria toda a equipe.

Ao menos um outro país europeu informou o governo brasileiro sobre a possibilidade de não enviar pessoal para a COP30 porque sua legislação impede que funcionários públicos tenham gastos superiores aos padrões nacionais.

“Os preços da COP sempre foram altos, mas no Brasil passou o do ano passado [em Baku, no Azerbaijão]”, diz uma integrante de uma das delegações.

Sensibilizar o empresariado

A organização da COP30 informa que atua para sensibilizar o empresariado a não cobrar preços exorbitantes durante o evento e nega que tenha havido alguma manifestação formal por parte de governos estrangeiros relacionada ao alto preço cobrado na hospedagem.

“O governo federal trabalha com a sensibilização do setor hoteleiro de Belém sobre a alta de preços para o período de realização da COP30. Conversa com o setor trata de custos da hospedagem para que, mesmo na plataforma, não extrapolem qualquer senso de responsabilidade.”

A organização também informa que vai centralizar as reservas de quartos em uma área para lideranças e em dois navios que ficarão atracados no porto, “além de outras vagas que estão sendo organizadas pelo governo federal e estadual, além de casas e apartamentos que os anfitriões desejem colocar na plataforma oficial”.

“Cada cruzeiro possui 4.000 cabines, que podem ser coletivas, comportando até cinco pessoas, e também individuais, com suítes presidenciais de alto padrão”, informa o governo brasileiro.

O evento terá uma plataforma oficial para reserva de hospedagem. A orientação do governo federal é para que as pessoas aguardem a plataforma “para evitar abusos de preços praticados fora de época e dos padrões”.

A organização da COP tem reiterado que a cidade terá capacidade de abrigar pessoal. Mas os governos estrangeiros precisam reservar com antecedência e planejar questões que envolvem mobilidade e segurança. Até motéis da capital estão sendo adaptados para atender o evento.

Além das delegações oficiais, a COP é um espaço para outros segmentos —como ONGs e grupos de jovens engajados com questões climáticas— articularem ações e iniciativas políticas. A barreira financeira será um impeditivo para esses grupos, reconhecem integrantes da organização do evento em Belém.

Desde quando a COP foi anunciada na capital do Pará, a falta de infraestrutura na capital do estado vem sendo apontada como um entrave para o tamanho do evento. As questões atingem não apenas hospedagem, mas também logística, como a estrutura portuária e aeroportuária.

 

 

Da Redação, com informações do UOL

Foto: Divulgação 

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