O governador Helder Barbalho (MDB) anunciou na sexta-feira, 11, que irá se reunir com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para revisar o Bloco C de saneamento, que não atraiu investidores no leilão realizado na B3, em São Paulo. A informação foi publicada pela CNN Brasil. Segundo Barbalho, a reformulação do bloco, que abrange 27 municípios e cerca de 800 mil pessoas, é essencial para viabilizar a universalização de água e esgoto no estado.
“Estamos com agenda marcada com o BNDES para avaliar com o mercado a reestruturação do Bloco C. A extensão territorial desse bloco é um desafio, assim como o valor da outorga mínima, fixada em R$ 400,6 milhões. Esses pontos precisam ser rediscutidos para que possamos retomar a concessão o quanto antes”, declarou o governador em coletiva de imprensa. O Bloco C previa investimentos de R$ 3,6 bilhões, mas não recebeu propostas no certame desta sexta-feira.
Enquanto o Bloco C ficou sem interessados, os outros três blocos leiloados – A, B e D – foram arrematados pela Aegea Saneamento, em um processo que garantiu R$ 15,21 bilhões em investimentos. A meta é universalizar o abastecimento de água até 2033 e alcançar 90% de cobertura de esgotamento sanitário até 2039. No Bloco B, a Aegea venceu com uma outorga fixa de R$ 140,9 milhões, um ágio impressionante de 650% sobre o valor inicial de R$ 18,8 milhões. No Bloco D, a empresa ofertou R$ 117,8 milhões, com ágio de 250%. Já o Bloco A, que inclui as cidades mais populosas como Belém, Ananindeua e Marituba, foi conquistado por R$ 1 bilhão, com a Aegea como única proponente.
A necessidade de reestruturar o Bloco C expõe os desafios de atrair investimentos para áreas menos rentáveis do Pará, marcadas por vasta extensão territorial e complexidades logísticas. Barbalho destacou a urgência de ajustar o projeto junto ao BNDES, que estruturou a licitação, para assegurar que os 800 mil moradores dos 27 municípios não fiquem excluídos do plano de saneamento. “Nosso objetivo é garantir que todo o estado tenha acesso a água potável e esgoto tratado, sem deixar ninguém para trás”, afirmou, segundo a CNN Brasil.
O leilão bem-sucedido dos outros blocos reforça o potencial do Pará para captar investimentos em infraestrutura, mas o fracasso do Bloco C acende um alerta. A reformulação será crucial para destravar os recursos e cumprir as metas de universalização, trazendo dignidade e saúde à população de regiões mais isoladas do estado.
Cobranças da população
Conforme divulgado pelo Portal O Poder, em forma de protesto, um grupo de comunitários da Vila da Barca, em Belém, desafiou o diretor da Expansão e Tecnologia, Hélio Brazão, da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), a beber a água da torneira. A situação inusitada aconteceu na última segunda-feira, 7, durante uma audiência pública.
Com informações do portal Ver-O-Fato
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