O conflito do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) extrapolou os bastidores e assumiu o protagonismo da política em Brasília nos últimos dias. No entanto, o Senado fez alguns acenos ao Planalto com a aprovação de medidas importantes para a gestão Lula. Governistas, por sua vez, dão sinais em busca de reconciliação, ao menos para desescalar tanto a disputa.
O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (2) a medida provisória do crédito consignado a trabalhadores da iniciativa privada. Na terça (1º), havia dado aval para os leilões do excedente do pré-sal, que devem levar mais de R$ 15 bilhões aos cofres da União. São recursos que devem ajudar a aliviar as contas públicas deste ano. O texto também permite que parte do dinheiro do Fundo Social seja usada para financiar o Minha Casa Minha Vida, o que ajuda a turbinar o programa habitacional do governo Lula.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), chegou a declarar que a judicialização do decreto legislativo que barrou o aumento do IOF é legítima. Nesta quarta, em reunião com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, ele disse que estará sempre aberto ao diálogo.
O presidente Lula deve se encontrar com Alcolumbre e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), somente a partir da semana que vem, quando estiverem todos em Brasília. Em entrevista à TV Bahia, o mandatário negou que judicializar o IOF represente um “rompimento” com o Congresso, mas ressaltou precisar recorrer à Justiça quando não se entendem.
“Veja, sou um cara agradecido ao Congresso. Não sou um cara que tem rivalidade com o Congresso. O Congresso aprovou muitas coisas que a gente queria. […] Sou agradecido, mas, se eu não entrar com recurso no Poder Judiciário, se eu não for à Suprema Corte, não governo mais o país. Esse é o problema. Cada macaco no seu galho.”
Na linha de frente da judicialização do IOF, o advogado-geral da União, Jorge Messias, buscou afagar a cúpula do Congresso chamando Motta e Alcolumbre de “homens públicos que têm uma alma pacificadora”. E disse que o governo quer uma solução rápida e pacífica para a situação do imposto.
Já a ministra da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães, foram às redes sociais para criticar ataques pessoais feitos pela base petista a Hugo Motta. A ofensiva digital surgiu depois de o presidente da Câmara levar ao plenário o projeto de decreto legislativo que derrubou a alta do IOF.
Com informações da CNN Brasil