Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro aumentaram a mobilização pela votação de uma anistia, mas há divergências para conceder o “perdão amplo”. Pessoas ligadas ao presidente da Câmara, Hugo Motta, dizem que a proposta da oposição se tornou tema impopular e mal visto pela sociedade.
Em almoço com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Motta reforçou sua posição para que a Câmara não vote o projeto de anistia. O deputado também tem manifestado a intenção de evitar um confronto com o Supremo Tribunal Federal (STF), que vê o perdão total como inconstitucional.
Já David Alcolumbre debate texto que altera o Código Penal, com isso, diminui as penas dos envolvidos do 8 de janeiro. O projeto foca nos crimes de tentativa de golpe e abolição do Estado Democrático de Direito.
Para dirigentes do PL, ficou evidente que Motta resiste a uma anistia ampla, que englobaria o caso de Bolsonaro. O deputado já antecipou que “não há clima” na Casa, mas há indícios de que o presidente da Câmara possa incluir urgência para a pauta.
Mesmo com a resistência por parte de Motta para uma votação, caso entre em pauta, a oposição prevê mais de 300 votos em favor do requerimento de urgência para anistia moderada aos condenados. Governistas sustentam haver condições de uma derrubada do pedido.
Os defensores da anistia precisam de 257 votos para aprovar a urgência e de maioria simples para o mérito. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, tem 262 signatários de pedido de urgência e argumenta que há mais votos para aprovar o requerimento e o projeto.
Já a oposição, afirma que o placar de urgência deve ficar entre 320 a 330 votos, isso se a proposta não incluir Bolsonaro. O PL segue tentando apoio com os partidos de centro, para a votação de anistia que beneficie o ex-presidente.
Com informações de Terra e O Globo
Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo