A “inesperada” disposição de Nicolás Maduro e Donald Trump para um encontro “cara a cara” diz menos sobre diplomacia e mais sobre estratégia. Em público, ambos repetem um (quase) mantra: Maduro fala em “paz” e Trump lembra que “conversaria com qualquer um”.
Mas, nos bastidores, o cenário é bem menos cordial: de um lado, os Estados Unidos reforçam operações militares no Caribe e oferecem US$ 50 milhões pela captura do líder venezuelano; do outro, Caracas acusa Washington de fabricar uma guerra e tenta controlar os danos políticos internos.
O resultado é um teatro complexo, no qual cada gesto parece calculado para uso doméstico e internacional. Trump posa como presidente firme contra o narcotráfico, enquanto Maduro tenta se apresentar como estadista disposto ao diálogo, mesmo diante do cerco militar e diplomático. Nenhum dos dois, porém, baixa a guarda: a retórica da paz convive com ameaças veladas, exercícios militares e acusações mútuas
A eventual reunião, se ocorrer, deve ser vista como mais um capítulo desse jogo de pressões.
Da Redação


