Nesta segunda-feira (23), a Polícia Federal (PF) deflagrou a segunda fase da Operação Overclean, que prendeu o empresário José Marcos de Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, na semana passada.
Em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), a PF investiga o desvio de R$ 1,4 bilhão em emendas parlamentares e convênios para obras públicas
De acordo com comunicado do PF, estão sendo cumpridos, nas cidades de Brasília (DF), Salvador (BA), Lauro de Freitas (BA) e Vitória da Conquista (BA), 10 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva, uma ordem de afastamento cautelar de um servidor público de suas funções, além de medidas de sequestro de bens.
Também foi determinado o sequestro de diversos veículos de luxo e de aproximadamente R$ 4,7 milhões. Segundo a investigação, o valor foi obtido pela organização criminosa por meio dos crimes investigados.
Conforme comunicado da PF, o grupo criminoso ainda contava com o apoio de “uma célula de apoio informacional, composta por policiais, que tinha a função de repassar informações sensíveis à organização criminosa, incluindo a identificação de agentes federais envolvidos em diligências sigilosas”.
Os crimes investigados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça.
‘Rei do Lixo’
Um dos alvos da PF é o empresário e membro da executiva nacional do União Brasil, José Marcos de Moura, conhecido como “Rei do Lixo”. O empresário é acusado de ser um dos operadores do suposto esquema de corrupção.
Ele chegou a ser preso preventivamente na semana passada, mas foi solto na quinta-feira (19) por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).
O empresário ganhou o apelido de “Rei do Lixo” após suas empresas vencerem vários contratos de licitação em limpeza urbana, sobretudo em municípios da Bahia.
Investigadores apontam ainda uma relação próxima de Moura com ACM Neto, vice-presidente do União – embora nenhum político esteja sendo investigado nessa operação.
Para a PF, o Rei do Lixo operacionalizava o esquema de desvio de verbas em obras com recursos de emendas parlamentares em vários estados, além da Bahia, e não somente no setor de limpeza urbana.
Contratos investigados associados diretamente a ele somaram cerca de R$ 200 milhões somente neste ano, de um total de R$ 825 milhões em recursos públicos movimentados em 2024 que estão sob escrutínio da PF.
Com informações da Gazeta do Povo