Sob intenso desgaste e pressionado por todos os lados, o governador do Pará, Helder Barbalho, viu-se forçado a recuar diante da greve dos professores e da ocupação da Secretaria de Educação (Seduc) em Belém por cerca de 400 indígenas de diversas etnias do estado. A queda de braço com os movimentos sociais resultou em uma derrota política para o governo, que agora busca reverter a narrativa por meio da mídia estatal.
Até o momento, Helder resistiu à principal exigência dos manifestantes: a demissão do secretário de Educação, Rossieli Soares, que enfrenta forte rejeição e está politicamente fragilizado. Ainda não está claro se ele permanecerá no cargo ou se acabará pedindo demissão diante da crise.
Segundo apuração do portal Ver-o-Fato junto ao movimento dos professores, o governador apresentou uma proposta na tentativa de estancar a crise. O pacote inclui a suspensão dos efeitos da Lei 10.820 e a criação imediata de uma comissão para revisar amplamente a legislação, garantindo direitos dos profissionais da educação sem prejuízos financeiros. Além disso, propôs a reformulação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da categoria, com prazo de até 30 dias para conclusão dos trabalhos.
Fica evidente, pela proposta do governador, que a famigerada lei 10.820 virou letra morta. A tal “suspensão dos efeitos da lei” é apenas um gigantesco esforço retórico de camuflar a verdade dos fatos.
Os professores convocaram uma assembleia para a próxima segunda-feira (3), às 9h, no ginásio dos Bancários, onde avaliarão a proposta do governo e definirão os próximos passos da greve.
Em nota divulgada no site oficial do governo, Helder Barbalho tenta transformar a derrota em vitória ao afirmar que “reforça o compromisso com o diálogo aberto e transparente, visando garantir o fortalecimento da educação e a valorização dos profissionais da área”. A estratégia é clara: reverter a narrativa e amenizar os danos políticos causados pela crise.
Com informações do Portal Ver-O-Fato