Na última terça-feira, 14, a Polícia Federal deflagrou uma operação para apurar possíveis fraudes no concurso da Universidade Estadual de Roraima (UERR). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão no setor de Controle Interno da universidade.
De acordo com o depoimento de uma testemunha, o ex-gestor, Régys Freitas, se afastou do cargo, mas nunca deixou de comandar a Uerr. Régys havia colocado a sua esposa no setor de controle interno, o mesmo que analisa processos de licitação dos órgãos públicos.
A operação foi para saber se houve prevaricação ou passada de mão em processos de licitação, com o objetivo de detectar irregularidades por meio de análise dos documentos.
Os indícios de desvio de dinheiro na UERR são evidentes. Segundo fontes, o padrão de vida do ex-reitor é elevado demais para alguém com o cargo de reitor. Ele tem três mansões, sendo uma em um condomínio aeronáutico de luxo, três aviões, sete carros de luxo (entre eles uma BMW X4, avaliada em R$ 533 mil), fazenda, sítios, mais de 600 cabeças de gado.
O salário de um reitor é de cerca de R$ 30 mil e o padrão de vida de Régys não é compatível com tamanha fortuna. Conforme as investigações da PF, os desvios na universidade ultrapassam os R$ 100 milhões.
Interferência em concurso
As investigações apontam que o ex-reitor Regys Freitas interferiu no resultado do concurso para o cargo de analista técnico-jurídico da UERR, que aconteceu entre 2022 e 2023, para beneficiar a esposa e um amigo que trabalhava como comissionado em cargo de diretor na universidade.
De acordo com as apurações, o concurso tinha quatro vagas e, ao todo, houve 222 inscrições. Mas somente duas pessoas foram aprovadas. A esposa e o amigo. Depois que Régys saiu da Uerr, o governador Antonio Denarium o nomeou como controlador-geral do Estado. Logo em seguida, o amigo de Régys, beneficiado no concurso suspeito, foi nomeado também na Controladoria-Geral do Estado.
Com informações de Roraima em Tempo