A pesquisa foi realizada pelo PoderData, divisão de estudos estatísticos do Poder360. A divulgação do levantamento é feita em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes.
Os dados foram coletados de 21 a 23 de dezembro, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 470 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.
Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população
Estratificação
O PoderData separou o recorte da pesquisa por sexo, idade, região, escolaridade e renda. Observam-se os maiores percentuais de preferência nos seguintes grupos e regiões:
- Vacina feita nos Estados Unidos – homens (35%); pessoas de 60 anos ou mais (39%); moradores do Nordeste (41%); os que têm só o ensino médio (36%); os que ganham até 2 salários mínimos (40%).
- Vacina feita em países da Europa –homens (29%); pessoas de 45 a 59 anos (23%); moradores do Nordeste (27%); os que têm ensino superior (29%); os que recebem de 5 a 10 salários mínimos (23%);
- Vacina feita na China – mulheres (17%); pessoas de 25 a 44 anos (18%); moradores da região Norte (31%); os que têm ensino superior (21%); os que recebem de 5 a 10 salários mínimos (34%).
- Vacina feita na Rússia – homens (6%); pessoas de 24 a 44 anos (6%); moradores da região Sul (8%); os que têm ensino médio (5%); os que recebem mais de 10 salários mínimos (55%).
Vacina x Bolsonaro
Apesar de o governo federal ter comprado 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, o presidente Jair Bolsonaro não defende a aplicação da vacina para prevenir a covid-19.
Na 4ª feira (23.dez.2020), Bolsonaro disse que teve “a melhor vacina: o vírus”. O presidente acrescentou, alguns segundos depois: “Sem efeito colateral”.
A pesquisa mostra que 46% dos apoiadores do presidente (avaliam seu trabalho “ótimo” ou “bom”) preferem uma vacina desenvolvido nos Estados Unidos.
Dos que acham o desempenho de Bolsonaro “ruim” ou “péssimo”, 23% preferem uma vacina da China.
Corrida pela Vacina
Na corrida contra o coronavírus, há 19 vacinas em desenvolvimento no mundo que estão na 3ª fase de testes clínicos. Destas, 8 foram liberadas para uso emergencial em diversos países, e duas obtiveram o registro para o uso definitivo. Os dados são do Rastreador de Vacinas de Coronavírus, desenvolvido pelo jornal The New York Times.
Já é possível dizer que a vacina contra a covid-19 é a que foi desenvolvida em menor tempo em toda a história. Antes, o recorde era do imunizante produzido para evitar a caxumba –demorou 4 anos e parou de ser usado nos anos 1970, porque a imunidade tinha curta duração.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), há 61 vacinas sendo testadas em humanos no mundo e 172 em fases pré-clínicas, ou seja, sendo testadas em animais.
A vacina desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer, em parceria com o laboratório alemão BioNTech, é a que mais teve autorizações para o uso emergencial. Já foi liberada em 19 países, além da União Europeia, para a imunização de grupos específicos.
A China foi o 1º país a iniciar a imunização contra a covid-19, mesmo antes de finalizar as fases de pesquisa e aprovação. Militares e chineses que viajaram ao exterior passaram a ser imunizados em julho.
Já o Reino Unido foi o 1º país a vacinar grandes parcelas da população depois de o imunizante passar por todas as etapas da validação científica e conseguir a aprovação emergencial. Outros 8 países também começaram campanhas de imunização.
Atualmente, estão sendo realizados 4 estudos clínicos de vacinas contra o coronavírus no Brasil, todos estão na 3ª e última fase de testes. Eis quais são:
- Vacina de Oxford – produzida pelo laboratório sueco AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, da Inglaterra;
- CoronaVac – desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan;
- Vacina BNT162b1 – desenvolvida pela empresa alemã de biotecnologia BioNTech e pela farmacêutica norte-americana Pfizer;
- Vacina Jansen-Cilag – produzida pela farmacêutica belga Janssen, do grupo norte-americano Johnson-Johnson.
No Brasil, a CoronaVac enfrenta resistência do governo federal. Em 21 de outubro, em ato contrário à vacina da China, o presidente Jair Bolsonaro cancelou 1 acordo firmado pelo Ministério da Saúde para aquisição de 46 milhões de doses do imunizante. Um novo contrato agora está em negociação.
O governo de São Paulo iria apresentar o resultado dos testes clínicos do CoronaVac à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na 4ª feira (23.dez.2020). No entanto, a divulgação e o envio do estudo à agência foram adiados, assim como o pedido para o uso emergencial e definitivo do imunizante.
Segundo Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, o envio dos resultados à Anvisa vai ocorrer somente após a Sinovac analisar os resultados enviados nesta 4ª (23.dez).
Da Redação O Poder
Fonte e Foto: Poder360