Os argumentos expostos por mais de cinco horas pela secretária de Estado da Saúde, Simone Papaiz, durante a sua participação na sessão virtual da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), realizada entre a tarde e noite desta quarta-feira, 22, não convenceram os parlamentares, que se manifestaram preocupados com a falta de estratégias contra o avanço de casos da Covid-19 no Estado.
O deputado Dermilson Chagas (sem partido) afirmou que os esclarecimentos prestados por Papaiz aos deputados e a sociedade não trouxeram nenhum esclarecimento. Ele disse que o projeto de contingenciamento que ela trouxe foi o mesmo apresentado ao Ministério Público e foi condenado.
“A doutora Silvana Nobre chamou de fictício. E nós não vimos embasamento suficiente que diga a solução é esse caminho que nós vamos percorrer com a ampliação de leitos, compra de equipamentos, EPIs que está faltando, pagamento de salários. A secretária não tem conhecimento quanto as informações de doações que foi dado por empresários, quanto ela tem de orçamento pra gastar no combate ao coronavírus, ela foi muito prolixa. Faltou a luz no final do túnel”, criticou.
Felipe Souza (Patriota) também concorda com o colega e diz que na realidade Simone Papaiz não apresentou nenhuma novidade, não mostrou nenhum plano de ação, apesar de já está há 15 dias no comando da Secretaria de Saúde do Estado e não fez o básico.
“No primeiro dia que ela assumiu como secretária, ela tinha que montar uma força-tarefa para comprar respiradores, as pessoas estão morrendo e morrerão muito mais por falta de respiradores, esse é o básico de tudo, isso é o mais urgente que nós precisamos para salvar vidas e isso não foi feito”, questionou.
A presidente da Comissão de Saúde da Aleam, deputada Mayara Pinheiro (PP), avaliou que a secretária de saúde não atendeu aos requisitos da convocação e não apresentou à Assembleia Legislativa um planejamento sólido para o combate ao coronavírus no Amazonas.
“Estamos vivendo um aumento indiscriminado no número de casos e precisamos de ações efetivas. Meus questionamentos sobre o número de leitos não foram respondidos. Precisamos que o poder público abra os leitos no Delphina e Nilton Lins, e trabalhe com os hospitais de retaguarda. É necessário também otimizar o estoque de remédios porque os pacientes saem dos SPA’s e Pronto-Socorros apenas com as receitas, quando o ideal seria eles irem para casa com a medicação indicada”, enfatizou.
O deputado Delegado Péricles (PSL) também afirmou que não foi convencido pelos argumentos da nova titular da Susam.
“Em momento algum me convenceu. Pelo contrário, me assustou a falta real de planejamento detalhado que norteie de forma efetiva o momento de pandemia que o nosso estado enfrenta. O coronavírus não está sendo tratado com a urgência que precisa e nossa população tem padecido até com questões simples como a centralização de atendimentos. Foi assumir que não há gestão eficaz”, avaliou.
Na avaliação do deputado Fausto Júnior (PV) os argumentos apresentados por Simone Papaiz não lhe convenceram. Ele disse que ela não apresentou nenhuma solução efetiva para a crise na saúde que estamos passando no Amazonas e apresentou apenas dificuldades.
“Precisamos de ações e estratégias efetivas para o combate e contenção do coronavírus. Precisamos de ampliação de leitos de UTI, fornecimento de equipamentos de proteção individual aos profissionais de saúde, e um atendimento digno para a população do Amazonas. É isso que espero, é isso que as pessoas que me colocaram aqui nessa cadeira legislativa, esperam que eu cobre”, enfatizou.
A líder do governo na Aleam, Joana Darc (PL), foi a única que disse que a visita da secretária da Susam à reunião serviu para esclarecer as dúvidas dos deputados.
“Sobre a secretaria acredito que a reunião foi positiva para todos, pudemos esclarecer, tirar dúvidas, propor sugestões e ficou combinado dela mandar um relatório semana para Aleam”, concluiu.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Secom