O Brasil registrou hoje a pior média móvel de mortes por covid-19 em toda a pandemia. Segundo dados divulgados neste sábado, 27, pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, 1.180 brasileiros morreram, em média, nos últimos sete dias.
É a segunda vez nesta semana em que o país supera o recorde da média móvel de mortes. O maior índice tinha sido registrado na quinta-feira, 25, quando a média móvel foi de 1.150. Até o início desta semana, a média mais alta havia sido verificada em 14 de fevereiro: 1.105. Com isso, os dados reforçam que o país está em seu momento mais letal da pandemia, com média móvel acima de mil mortos desde 21 de janeiro, há 38 dias.
De acordo com o consórcio de veículos de imprensa, 1.275 pessoas morreram em decorrência da covid-19 desde ontem, elevando o total de vítimas para 254.263. Nas últimas 24 horas, foram notificados 50.840 testes positivos para a doença, um total de 10.508.634 desde o começo da pandemia.
O Brasil registrou 1.386 novas mortes provocadas pela covid-19 em um intervalo de 24 horas, segundo o Ministério da Saúde. Em boletim divulgado neste sábado (27), a pasta informou que o país soma 254.221 óbitos desde o início da pandemia.
De ontem para hoje, houve 61.602 diagnósticos positivos para o novo coronavírus em todo o país. Desde o começo da pandemia, o total de infectados chegou a 10.517.232.
Segundo a pasta, 9.386.440 pessoas se recuperaram da doença, enquanto outras 876.571 estão em acompanhamento.
Um estudo de epidemiologia genômica feito por cientistas brasileiros revela que pacientes infectados com a nova variante P.1, de origem no Amazonas, têm uma carga viral 10 vezes maior em secreções colhidas por amostras RT-PCR do que a média vista em cepas anteriores. Além disso, essa carga está também mais alta em homens e mulheres adultos com idade inferior a 60 anos.
As conclusões constam em um artigo publicado nesta sexta-feira (26) e assinado por 29 pesquisadores na área de virologia do país. O documento está em fase de pré-impressão, ou seja, esperando validação dos pares internacionais —mas já está disponível para leitura.
O estudo confirma que as mutações do vírus na variante P.1 devem estar associadas a uma maior transmissão e podem ser responsáveis por infecções mais graves. Isso ajuda a entender a explosão de casos no Amazonas entre janeiro e fevereiro, levando a mais mortes de covid-19 este ano que em 2020 inteiro.
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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