´Por contrariar Bolsonaro, forças internas da Fiocruz fingem não conhecer meu trabalho’, diz pesquisador

Um dos primeiros a alertar sobre a primeira e segunda onda da Covid-19 no Amazonas, o pesquisador da Fiocruz/Amazônia, Jesem Orellana, afirmou que, enquanto agências nacionais fazem ampla divulgação do seu trabalho, a instituição que ele integra finge não conhecer suas publicações por ele contrariar os ‘caprichos’ do presidente Jair Bolsonaro.

O desabafo do pesquisador foi publicado na noite desta terça-feira, 2, nas redes sociais. “Enquanto agências internacionais de notícias como a ‘Reuters’, ‘The Independent’ ou credenciados sites científicos como o ‘New Scientist’, fazem ampla difusão de trabalho de interesse global (https://www.nature.com/articles/s41893-021-00684-9), em especial para a Amazônia brasileira, a comunicação institucional da Fiocruz, o que inclui a comunicação da minha unidade, Fiocruz/Amazônia, fingem que não conhecem o trabalho, que assino com outro colega da Fiocruz do Rio de Janeiro”, iniciou.

No post, o pesquisador voltou a destacar a importância do lockdown e a atitude do presidente de negar à ciência. Segundo ele, a divulgação do material dele é vetada.

“Não importa se o artigo é um dos mais apreciados no portfólio do grupo “Nature”, um dos mais importantes do mundo científico. Importa mesmo é filtrar nossa produção e atuação. No entanto, esse esforço, iniciado em 2020, quando contrariei os caprichos do presidente Bolsonaro sobre a eficácia do lockdown, é estéril e só apequena os responsáveis, que vivem buscando prestígio com política e não com a geração de conhecimento. Talvez prefiram as vantagens pessoais, acreditando que seus espúrios cargos são vitalícios”.

O epidemiologista usa diariamente as suas redes sociais para mostrar dados e, de maneira incansável, defende medidas mais rígidas de isolamento para conter o avanço do vírus.

Álik Menezes, para O Poder

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