Em nota distribuída à imprensa no final da tarde desta sexta-feira, 15, a procuradora-geral de Justiça, Leda Mara Albuquerque deixou claro que o Ministério Público do Estado (MP-AM) não está a serviço de nenhum político e nem age com fins politiqueiros.
A posição do órgão ministerial foi provocada após ser publicado em alguns sites de notícias declarações dos deputados estaduais Dermilson Chagas e Wilker Barreto, ambos do Podemos, em que afirmam que há uma “inércia” do MP na condução e investigação de denúncias que ambos têm representados contra o governo da gestão de Wilson Lima (PSC) e excessos de prazos dados ao governo. Os dois parlamentares integram a ala dura de oposição ao governo na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
“Saliento que as dezenas de representações formuladas pelos Deputados Estaduais Wilker Barreto e Dermilson Chagas estão sendo celeremente analisadas no âmbito desta Procuradoria-Geral de Justiça, sob os aspectos criminais, cíveis e constitucionais, inclusive com o devido encaminhamento para as promotorias de justiça com atribuição na matéria”, diz a nota assinada pela chefe do MP-AM.
Em determinado trecho, Leda Mara deixa claro que o órgão, num momento crítico de pandemia que assola o Estado, não pode se dedicar “unicamente” a investigar as demandas que, a todo momento, ambos os parlamentares apresentam à instituição ministerial, “muitas vezes mediante afirmações genéricas, destituídas de maior consistência probatória, o que exige cuidado redobrado do Ministério Público do Estado do Amazonas, a fim de colher elementos de informação destinados ao esclarecimento dos fatos narrados por Suas Excelências”.
“O MP-AM não aceitará, contudo, ser instrumentalizado para fins político-partidários, por quem quer que seja”, reforça a procuradora, acrescentando que a instituição é independente.
“Não nos cabe sustentar ou distender questões tipicamente políticas, mas, dentro do estrito cumprimento dos deveres legais proteger à Constituição, observar as leis e acreditar sempre no Direito, como última solução pacífica para solução das iniquidades humanas”, finaliza a nota.
A reportagem de O Poder procurou os deputados Dermilson e Wilker para repercutir a manifestação oficial do MP, mas eles não responderam às mensagens enviadas via aplicativo de conversa.
Da Redação O Poder
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