novembro 24, 2024 00:49

Ministro prorroga por 60 dias investigação sobre senador flagrado com R$ 33 mil na cueca

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso prorrogou por 60 dias as investigações sobre o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) flagrado, em 14 de outubro de 2020, com R$ 33 mil na cueca, durante uma operação da Polícia Federal. À época, Rodrigues se defendeu afirmando não se tratar de recursos ilícitos e que a quantia seria usada para pagar funcionários.

Um dia depois do cumprimento de mandados de busca e apreensão e representação da PF ao STF informando a suposta ocorrência de crime em flagrante, Barroso determinou o afastamento de Chico Rodrigues do cargo por 90 dias, mas o próprio senador pediu licença e se manteve 121 dias longe do Senado. Em fevereiro deste ano, após decisão do mesmo ministro de não prorrogar o afastamento, Rodrigues pôde reassumir a cadeira no Congresso.

O senador é suspeito de desvio de recursos públicos que seriam destinados ao combate da pandemia em Roraima, numa operação que ficou conhecida como “Desvid-19”. Ele nega as acusações. Em vídeo, Chico Rodrigues lê um texto numa folha de papel e critica a abordagem policial em sua residência.

“Por que guardei o dinheiro? Nunca tinha sido acordado pela polícia. Acordei em meio a pessoas estranhas no meu quarto. Num ato de impulso, protegi o dinheiro do pagamento das pessoas que trabalham comigo. Se levassem esse dinheiro, ninguém iria receber nessa semana. Não é dinheiro de corrupção. Só consegui falar agora porque estava sem forças e ainda estou”, declarou o senador no vídeo, publicado dias depois da operação da PF.

Desvio de recursos

De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal, a operação tinha como objetivo desarticular uma quadrilha criminosa que teria desviado cerca de R$ 20 milhões de recursos destinados à Saúde de Roraima. Foram identificados vários indícios de sobrepreço e superfaturamento nos contratos para aquisição de equipamentos de proteção individual (EPI) e testes rápidos de covid-19.

Embora o Conselho de Ética tenha solicitado à Advocacia do Senado a análise de representações apresentadas pelos partidos Cidadania e Rede Sustentabilidade, o caso do “dinheiro na cueca” continua parado.

Até o escândalo do dinheiro na cueca, Chico Rodrigues era vice-líder do governo, mas foi afastado do cargo. Este ano, após reassumir as funções, o senador foi um dos que assinaram o pedido de instalação da CPI da Pandemia, conhecida como CPI da Covid, cujas atividades foram iniciadas esta semana com depoimentos de ex-ministros da Saúde de Bolsonaro e o atual, Marcelo Queiroga.

A reportagem de O Poder tentou contato com o senador, mas não obteve êxito.

 

Érico Veríssimo, para O Poder

Foto: Reprodução

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