Questionado pelo senador Renan Calheiros durante a CPI da Pandemia, o ministro da saúde Marcelo Queiroga admitiu que não tem nenhum especialista em infectologia em sua equipe no Ministério da Saúde.
“Na minha equipe direta, não tenho nenhum infectologista comigo. Todos os médicos que tem no Ministério da Saúde, vou passar para vossa excelência com as respectivas especialidades”, afirmou o ministro que ainda acrescentou que a ação “vem de gestões anteriores”.
Descarta demissão
O ministro disse que Mayra Pinheiro ‘‘não trata’’ da cloroquina e de outros medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid em sua gestão e não pretende demiti-la.
“Esse tema está afeto à Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos, nesse momento em discussão na Conitec [Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS]”, disse o ministro da Saúde.
Recomendação
Queiroga negou a retirada da nota informativa sobre a recomendação de dosagens de cloroquina, hidroxicloroquina a azitromicina para pacientes com suspeita de Covid do site do Ministério da Saúde.
“A nota informativa perdeu seu objeto. A nota não é protocolo, é informação de dose, perdeu objeto porquanto a Conitec está elaborando protocolo. Ela não é ato administrativo e não cabe revogação. Ela apenas está no site porque faz parte da história desse enfrentamento à pandemia. Ela faz parte da história”, afirmou aos senadores.
Nomeação de Luana Araújo
O ministro informou que “desistiu” da nomeação da infectologista Luana Araújo para a Secretaria Extraordinária de enfrentamento à pandemia. A fala é contrária ao seu discurso na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara no final de maio.
Na época, Queiroga declarou: “É necessário que exista validação técnica e que exista também validação política [para a efetivação de Luana Araújo]”.
Já hoje, durante a CPI da Covid, Queiroga disse: “Todas as nomeações passam pela apreciação da Casa Civil e não houve veto a essa nomeação. Não houve nenhum óbice formal. Eu desisti do nome da Luana. Não houve veto”.
“Pelo perfil, ela não iria contribuir para o meu projeto no Ministério da Saúde”, completou.
‘Não é minha função’
Sobre ter orientado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a apresentar uma nova ação no Supremo contra medidas de isolamento decretadas por governadores, Queiroga descartou essa possibilidade.
“Não é minha função”, disse o ministro a Renan Calheiros.
“Se por acaso eu fosse ministro da Saúde, numa pandemia, com mais de 474 mil mortes, e o presidente intentasse contra estados, eu diria alguma coisa. Se isso ajuda ou não ajuda”, rebate o relator, irritado com a resposta.
Conteúdo: O Antagonista
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado