Roraima – No mês em que a Lei Maria da Penha completa 15 anos e são desenvolvidas ações de combate à violência doméstica, a ex-mulher do secretário estadual de Cultura, Shérisson Bruno Oliveira Pinheiro, irmão da deputada federal Shéridan (PSDB), usou as redes sociais para relembrar denúncia de agressão e pedir Justiça. A mulher alega ter sido vítima de violência e ter denunciado o caso em 2020.
Mesmo com o registro da ocorrência, Shérisson foi nomeado pelo governador Antonio Denarium (sem partido), em janeiro deste ano, para assumir cargo no primeiro escalão da administração pública, como titular da Secretaria Estadual de Cultura (Secult). A suposta vítima fez publicações na página pessoal no último fim de semana e reforçou durante esta semana, com o intuito de chamar a atenção das autoridades para o crime.
“A primeira dama de Roraima parece saber bem os tipos de violência doméstica… Poderia ensinar ao marido, governador […] que deu a um agressor de mulher, o cargo de secretário Estadual da Cultura. O que acham?”, questiona. Em outra postagem, ela pergunta: “Até quando o Sr. Governador […] vai passar pano para covardes que batem em mulheres?”.
Ela cita, ainda, a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), que em junho aprovou o Projeto de Lei nº 1.486, que proibi a nomeação de agressores, condenados com base na Lei Maria da Penha, em cargos comissionados. A vítima aproveitou a campanha Agosto Lilás, de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, para pedir ajuda. O mês foi escolhido devido ao aniversário da Lei Maria da Penha, que completou 15 anos no dia 7.
Nomeação
Shérisson Pinheiro foi nomeado titular da Secult no dia 19 de janeiro deste ano, como consta no Diário Oficial do Estado (DOE). Ele é irmão da deputada Shéridan, que durante a campanha de 2020 se aliou a Antonio Denarium para disputar as eleições municipais, mas foi derrotada ainda no primeiro turno.
Mesmo após amargar derrota, a parlamentar já tinha feito acordos políticos com o governador, conforme informações de bastidores. Uma das possíveis articulações seria a nomeação do irmão na Secretaria de Cultura.
Posicionamento do governo
A reportagem questionou do Governo quais medidas foram tomadas diante da denúncia de agressão praticada pelo secretário de Cultura à ex-companheira e o Executivo Estadual, por meio da Secretaria de Comunicação, informou que “não se pronuncia sobre possíveis atitudes praticadas pelos seus gestores fora do seu ambiente profissional”.
A nota garante, ainda, que “o referido secretário vem desempenhando os afazeres dentro dos princípios éticos e de eficiência. E ainda, não chegou ao conhecimento do Governo do Estado nenhuma decisão judicial que comprove as denúncias e, por conta disso, impeça o gestor do exercício da função pública”, concluiu.
Questionados se há investigações sobre o referido caso de agressão junto à Polícia Civil, o governo não se pronunciou.
Da Redação O Poder
Foto: Reprodução/Facebook