Em sua participação no painel paralelo à COP26 realizado hoje, 5, o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou em mudar a vocação de Manaus e seu entorno. Perguntado sobre como o Plano de Crescimento Verde pode ajudar os milhões de brasileiros que vivem na região da Amazônia, ele declarou que é precisar alterar o modelo de “produção industrial obsoleta à base de incentivo” por um polo de economia verde.
Antes de citar Manaus, Guedes elogiou a história de Las Vegas ao dizer que a cidade americana deixou de ser um deserto e se transformou na “capital mundial do entretenimento, uma celebração da vida”. Em seguida, usou o exemplo para dizer que , com criatividade, capacidade de inovação e espírito empreendedor, Manaus pode se transformar na capital mundial da economia sustentável.
“Você vê a vulnerabilidade de uma população em volta de atividades econômicas que já são do passado, ficando obsoletas e que, inclusive, geoindustrialmente estão mal posicionadas à base de incentivos. Temos que trocar a vocação para a vantagem comparativa da região. Imagina se o Brasil dá agora 20 anos de isenção em impostos para empresas como a Tesla, Google, Amazon. São empresas digitais, do futuro, verdes. [Poderiam] se instalar na região e realmente transformarem aquilo na capital da bioeconomia, da economia sustentável. Isso é uma pequena visão do que pode ser feito com a riqueza natural imensa que nós temos”, comentou Guedes. “É a selva do Silício”, acrescentou.
Em seu argumento, o ministro da Economia disse que essa seria uma iniciativa melhor “ao invés de fazermos o que fazemos hoje. Algumas indústrias, produção industrial obsoleta à base de incentivo produzindo na selva cinturões de pobreza em torno de uma cidade”. Ainda culpou o modelo industrial em torno de Manaus pela proliferação rápida da covid-19 que gerou grave crise sanitária durante a pandemia.
“Vocês viram durante a crise da pandemia como Manaus foi uma vítima da doença, como se espalhou rapidamente, exatamente pela aglomeração em lugares onde não havia saneamento básico, água corrente”.
Para Guedes, é uma questão de redefinição da vocação da região. “Você vê as partes que estão na borda da Amazônia que são hoje território perdido, onde tem ação predatória, desmatamento e aquilo ali, se tiver uma riqueza natural delimitada, com propriedade privada, direito que pode ser explorado, pode receber esses incentivos verdes todos para produzir atividade econômica mantendo um cinturão verde em volta”, concluiu.
Com informações do Valor Econômico e Valor Investe
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