Roraima – Após o deputado estadual Jalser Renier (SD) usar a Tribuna na manhã desta quarta-feira, 1º, para divulgar a campanha ‘O Dinheiro é Seu’, criada para receber denúncias de servidores que devolvem parte dos salários aos deputados conforme acusação feita por ele mesmo, o deputado Jorge Everton (sem partido) reagiu às diversas acusações, ameaças e até a ironia de Jalser sobre sotaque nordestino.
Jorge Everton, que é relator do processo de cassação de Jalser por quebra de decoro na Subcomissão de Ética da Casa, usou a Tribuna para garantir que jamais aceitará ameaças e também ironizou a atitude do ex-presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) ao lançar uma campanha para investigar a denúncia de que 80% dos deputados recebem parte dos salários dos servidores. O parlamentar disse que não acredita que os deputados continuem praticando crimes que Jalser cometeu no passado.
Em 2003, Jalser Renier foi preso durante a Operação Praga do Egito, da Polícia Federal, que investigava um esquema de desvio de verbas públicas de R$ 70 milhões. A operação ficou conhecida como “Escândalo dos Gafanhotos”
“Esse número que o deputado Jalser acabou de disponibilizar, ele é para ser usado, sim, por quem devolve dinheiro ‘pra’ deputado ou ‘pra’ quem quer que seja. Eu não acredito que nessa Casa continuem praticando o erro que o deputado Jalser praticou no passado, que ele mesmo falou aqui que foi preso”.
Em seguida, Jorge Everton voltou a debochar da atitude de Jalser de cobrar investigação sobre supostas rachadinhas, contratos firmados na atual gestão, verbas de gabinete e sobre a acusação de envolvimento no crime contra o jornalista Romano dos Anjos. Jalser questiona a investigação do Ministério Público que o aponta como mentor do sequestro e tortura de Romano, ocorrido no fim do ano passado.
“Então, façam denúncias, vão ao Ministério Público. Porque agora até o Ministério Público é criminoso. Até agora o Ministério Público não tem legitimidade […] Eu não sou suspeito, mas tenho minhas convicções e sei que nós temos que apurar seja o processo de agressão, tortura, sequestro que houve com o jornalista Romano, seja rachadinha ou o que quer que tenha aqui”, disse.
“Nós temos que apurar, porque nós temos, sim, que preservar a integridade desse parlamento. Nós não podemos fazer aqui uma facção criminosa onde um defende o outro de crime, mas nós precisamos usar a verdade. Pagar pessoas para acusar colega, inventar mentiras, isso não vamos aceitar e não devemos nos calar”, afirma Jorge Everton.
Por fim, o deputado voltou a reforçar que garantiu o pleno direito à defesa de Jalser no processo de cassação (que está parado após decisão da Justiça), mas que não vai aceitar ameaças. O deputado afirmou, ainda, que Jalser prevaricou porque não agiu com relação aos fatos que agora está denunciando e cobrando investigação.
Da Redação O Poder
Foto: Divulgação/ALE-RR