Bastante castigada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no interior do Amazonas, na quarta posição em números de casos confirmados e de mortes, 3,6 mil e 144, respectivamente, a população da cidade de Manacapuru (a 98,8 quilômetros de Manaus) agora vem sofrendo com a falta de abastecimento de água em suas residências, médicos e serviço de ambulância.
Conforme denúncias encaminhadas ao Portal O Poder, nesta sexta-feira, 21, moradores de uma comunidade que fica no Km 56 da rodovia Manuel Urbano, relataram a falta de abastecimento de água, além da ausência de médicos e ambulâncias para atender a população.
Devido a falta de água, moradores da comunidade se reuniram para cobrar o poder público municipal, mas, sem solução até o momento. Segundo os moradores, sem água, a higienização também fica precária, o que pode aumentar o número de contaminação pela Covid-19.
“Em tempos de coronavírus, mais importante que higienizar as mãos com álcool em gel é lavá-las com água e sabão diversas vezes ao dia. Esta é uma das mais principais recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde para que a população consiga combater a pandemia em todo o mundo. Mas a realidade nas comunidades rurais e bairros de Manacapuru está muito distante do ideal para evitar a Covid-19”, relatou um dos comunitários.
Ajuda de outros vizinhos
Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, moradores dizem que conseguem água por meio da ajuda de vizinhos. Dona Maria Oliveira da Silva, 60 anos, disse que fez uma cisterna em frente a sua casa, mas não foi suficiente para conseguir água para fazer os afazeres domésticos ou higiene pessoal.
A agricultora Nilce Monteiro, 42, relata que além do problema da falta de água, existe a ausência de iluminação, falta de ambulância, médicos e funcionários no Posto de Saúde (UBS).
“O prefeito inaugurou uma UBS, mas não tem médicos e nem funcionários para atender a demanda de serviços de saúde dos moradores. Nesta semana, tivemos que levar um parente do meu marido para o Hospital lá na cidade, por conta de não haver ambulância pra nós. Médicos, só tem as vezes”, afirmou.
Em nota, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) informou que construiu dois poços artesianos que atendem uma parte da população que moram na parte de baixo da comunidade, mas as que moram nas ruas mais altas têm dificuldades ter os serviços de fornecimentos de água.
Problema
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre as internações por diarreia – doença característica por falta de tratamento de água – o município registra em média 0,8% de internações por cada mil habitantes.
Impopularidade
A falta de resposta do poder público em serviços essenciais vem elevando o índice de impopularidade do prefeito do município, Beto D’Angelo (Republicanos), que conforme informações apuradas pelo O Poder, pode ser fator influenciador no resultado das eleições municipais deste ano.
Sem resposta
Procurado pela reportagem, o prefeito não respondeu aos questionamentos até a publicação desta matéria.
Da Redação O Poder
Foto: Divulgação