Roraima – Em carta abertura divulgada nesta segunda-feira, 31, o presidente do Sindicato dos Urbanitários de Roraima (STIU/RR), Gisselio Costa, teceu duras críticas sobre a gestão da única empresa de saneamento do Estado e afirmou ter vasta documentação que comprova que a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer) ‘formou um verdadeiro curral eleitoral’.
O governador do Estado, Antonio Denarium (PP), já anunciou que pretende disputar o pleito deste ano. Para o líder sindical, o expressivo número de comissionados na Companhia deixa claro o ‘cabresto’ nas eleições 2022. “A empresa (Caer) formou um verdadeiro curral eleitoral com a contratação de comissionados para funcionar como voto de cabresto nas próximas eleições”, inicia Costa.
Gisselio Costa afirmou que possui vasta documentação que comprova “essa grave irregularidade que caracteriza o desvio de finalidade pública nos atos de contratação de pessoal do atual presidente da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima”.
Em trecho da carta aberta, o líder sindical lembra que no ápice da pandemia da Covid-19, em 2020 e 2021 em momentos de desaceleração da economia, quando diversas empresas estavam demitindo ou reduzindo carga horária de trabalho, aliada a redução proporcional de salário (vide MP 1045/2021 do governo federal) por falta de demanda, a Caer aumentou seu quadro de pessoal em aproximadamente 100 funcionários comissionados.
“Obviamente que não havia necessidade, uma vez que setores que funcionavam perfeitamente tiveram algumas áreas da Capital e de diversas localidades até duplicado ou triplicado o pessoal, implicando em prejuízos com contratações irregulares e malversação do dinheiro público”, disse.
Costa destaca que a empresa pública tem mais de 52 de fundação e nunca promoveu um único concurso público e, segundo ele, permanece na prática de contratações irregulares. “Afronta a Constituição Federal em pleno ano de 2022”, desabafou.
Para o líder sindical, a Caer, também, afronta a Ação Civil Pública, processo n. 0104900-45.2003.5.11.0051 promovida pelo Ministério Público do Trabalho, que questiona a forma de contratação “precária que não confere nenhuma segurança jurídica ao trabalhador”.
Segundo o presidente do STIU/RR, já houveram diversas tentativas de questionar essas contratações irregulares diretamente com a direção da CAER. Contudo, a empresa não atende as demandas do ente sindical, são inúmeros ofícios ignorados pela direção da CAER.
Desta fomra, segundo Gisselio Costa, enquanto a CAER prioriza investimentos em formar ‘curral eleitoral para funcionar nas próximas eleições’, o povo sofre com a prestação deficiente de serviços e os trabalhadores com mais de 20 anos de serviços prestados são humilhados com ameaças de demissões e a empresa vem sendo paulatinamente sucateada e destruída por uma gestão irresponsável.
Silêncio
O Poder entrou em contato com o governo do Estado, por meio da Secretaria de Comunicação, para repercutir as declarações do líder sindical e questionar se o governo se manifestaria sobre o caso. Sem retorno até a publicação da matéria.
Da Redação O Poder
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