O segundo sabatinado da rodada de entrevistas do Jornal Nacional foi o presidenciável Ciro Gomes (PDT). Os discursos polêmicos do candidato foram a principal pauta da entrevista desta terça-feira, 23. O candidato é crítico com os governos de Bolsonaro (PL) e Lula (PT).
“Nós precisamos fazer uma reconversão da lógica produtiva. Proteger Manaus que está sendo assediada para ser destruída por conta de uma política de mudança de IPI de Bolsonaro. Ali tem 8% da produção industrial brasileira. A floresta vale muito mais em pé do que derrubada”, disse o presidenciável quando o assunto foi o meio ambiente.
Como não experimentou o mais alto cargo de chefia do Brasil, a entrevista também girou em torno de suas propostas de Governo. A primeira pergunta foi feita pela jornalista Renata Vasconcellos que o questionou se era pretensão dele unir o país por meio de críticas e ofensivas direcionadas aos seus concorrentes diretos.
“Pretendo unir o Brasil através do projeto e ele tem esse diagnóstico”, respondeu Gomes citando a crise econômica e o reflexo dela na casa dos cidadãos. “A corrupção é praticada com pessoas. Estou tentando mostrar ao brasileiro que a polarização odienta, que não ajudei a construir, pelo contrário, estava lá em 2018, tentando advertir. As pessoas não podiam usar a promessa de Bolsonaro para repudiar a corrupção generalizada e o colapso econômico gravíssimo que foi produzido pelo PT. Agora, está tentando se repetir uma espécie de 2018, portanto, temos que denunciar isso. A corrupção é um flagelo”, explicou o presidenciável, garantindo que irá reavaliar o posicionamento.
Ele explicou sobre seu programa de renda mínima, negociar com os novos parlamentares e propor ideias. “Represento uma espécie de movimento abolicionista num movimento escravista. Se puxarmos a história brasileira recente, nenhum presidente tinha concepção para mudar o Brasil. Ambos se prostraram num governo econômico que produz desigualdade”, ressaltou.
Gomes falou que os plebiscitos de sua gestão serão inspirados nos feitos na Europa, que pretende gerar 5 milhões de empregos nos dois primeiros anos de Governo, falou do possível “imposto sobre grandes fortunas” e garantiu que irá ‘energizar’ a política brasileira. Ele também criticou as falas de Bolsonaro na entrevista dessa segunda-feira, 22, em vários momentos da sabatina.
O jornalista William Bonner relembrou a promessa de Ciro Gomes de não concorrer à eleição e de como iria formar a maioria no Congresso. O candidato reafirmou que não irá se reeleger e, que no seu modo de vista, o que prejudicou a governança no Brasil foi a reeleição. Ele falou sobre a falta de união do PDT na votação da PEC dos precatórios.
Ciro Gomes explicou que seu projeto está descrito em um livro já publicado. Ele ressaltou que a sua ideia é projetar o Brasil em 30 anos com bons indicadores sociais e econômicos. O candidato falou que irá “tomar o pulso” do controle do território brasileiro e criticou as forças armadas, além de ressaltar que a legislação precisa ser reformulada. O presidenciável disse que pretende mapear áreas de riscos por todo o país.
Ao final da entrevista, Ciro Gomes pediu aos eleitores que votam em Bolsonaro por não quererem o retorno do PT e os que votam no PT por não quererem a reeleição de Bolsonaro, além dos indecisos, que deem uma chance à sua candidatura.
Na próxima quinta-feira, 25, o ex-presidente Lula (PT) será o sabatinado.
Priscila Rosas, para Portal O Poder
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