Roraima – Condenada por abuso de poder econômico em abril de 2020, a deputada estadual Yonny Pedroso (PL) disputa uma das oito vagas na Câmara Federal no pleito deste ano. A parlamentar, que já está em campanha, aguarda deferimento do pedido de registro de candidatura.
Em dezembro de 2018, Yonny foi alvo de uma operação, deflagrada pela Polícia Federal, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), e chegou a ser presa. A ação investigava o desvio de recursos públicos e cobrava propina nos serviços de transporte escolar em Roraima.
Em apenas um contrato feito naquele ano, a CGU apontou que os pagamentos indevidos poderiam chegar aos R$ 50 milhões desviados do Fundeb.
A operação ocorreu no dia 14 de dezembro de 2018 e três dias depois, em audiência de custódia, Yonny conseguiu a conversão da prisão preventiva em domiciliar, com monitoramento eletrônico.
Contudo, no dia 14 de janeiro de 2019, a prisão domiciliar foi substituída por recolhimento domiciliar à noite, com uso de tornozeleira eletrônica. À época, o Ministério Público Federal em Roraima (MPF-RR) afirmou que a deputada por diversas vezes violou as medidas cautelares, mesmo tendo sido advertida em pelo menos três ocasiões de que deveria usar o dispositivo.
No mesmo dia em que foi concedida a prisão domiciliar, um juiz federal determinou que ela tomasse posse na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). Ele afirmou que os fatos não a impediam de cumprir as funções parlamentares e o caso ainda estava em julgamento. Yonny Pedroso foi eleita em 2018 com pouco mais de 5,8 mil votos.
Esquema
Yonny Pedroso, então candidata, foi acusada de participar de um esquema de desvio de veículos do transporte escolar, custeados com recursos públicos, para uso em campanha, e comprou votos em período anterior ao processo eleitoral.
Segundo a PF, várias provas levaram ainda à conclusão de que a empresa de transporte escolar tem ligação com a deputada e seu marido, tendo sido contratada pelo Poder Público, em 2018, com dispensa de licitação, para atender alunos da rede estadual de ensino pelo período de cem dias por R$ 17,5 mil.
Cassação mantida
Em junho do ano passado, a Procuradoria-Geral Eleitoral emitiu parecer favorável para que seja mantida a cassação do mandato da deputada estadual Yonny Pedroso, à época no Solidariedade. Yonny recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em fevereiro do ano passado.
Não declarou bens
Conforme pesquisa no site de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (DivulgaCand), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Yonny Pedroso não declarou nenhum bem no pleito deste ano.
R$ 700 mil em 2018
Em 2018, a parlamentar declarou à Justiça Eleitoral ter R$759.500,00 em bens. Confira os bens declarados à época:
Quotas ou quinhões de capital | R$640.000,00 |
Veículo automotor terrestre: caminhão, automóvel, moto, etc. | R$111.500,00 |
Quotas ou quinhões de capital |
Sem contato
O Poder tenta contato com a deputada, mas até a publicação da matéria não obteve sucesso.
Da redação O Poder
Foto: Divulgação