Os franceses comparecem às urnas neste domingo,15, para eleições municipais, uma votação que acontece em um cenário inédito e em meio a medidas extraordinárias para conter a propagação do coronavírus, que ameaça disparar o índice de abstenção.
Apesar do fechamento de centros de ensino, restaurantes e estabelecimentos comerciais não indispensáveis, a França decidiu, contra todos os prognósticos, manter as eleições municipais para “assegurar a continuidade da vida democrática e das instituições”.
“Não há nada que impeça os franceses, inclusive os mais vulneráveis, de comparecer às urnas”, declarou na quinta-feira^,12, o presidente do país, Emannuel Macron, que afirmou ter consultado cientistas sobre o tema.
As autoridades do país, um dos principais focos europeus do coronavírus, com 4.500 infectados e 91 mortes, adotaram uma série de normas para as eleições.
Antes de entrar no local de votação, os eleitores devem higienizar as mãos. Todos receberam a recomendação de levar a própria caneta até a cabine.
Os eleitores devem manter uma distância de segurança de um metro entre eles durante cada etapa do voto. Os mesários receberam álcool gel e luvas para sua proteção.
Mas não é possível saber se estas medidas serão suficientes para convencer os quase 48 milhões de eleitores a sair de casa.
Em períodos normais, as eleições municipais atraem cada vez menos franceses (63,5% de participação em 2014). Uma pesquisa mostrou que um terço da população considerava um “risco elevado” votar neste domingo.
O imunologista Jean-Francois Delfraissy, presidente do Conselho Científico sobre o coronavírus na França, insistiu que o risco de votar não é maior que o de “fazer compras”.
A incerteza é ainda maior para o segundo turno, previsto para o próximo domingo (22), sobretudo quando se leva em consideração a rápida propagação da epidemia no país, onde número de casos dobrou nas últimas 72 horas.
No sábado, o governo determinou que todos os estabelecimentos públicos não essenciais, como bares, restaurantes e cinemas, fiquem fechados. Serviços fundamentais, como supermercados, farmácias, postos de gasolina e bancos, poderão continuar funcionando.
Fonte: France Presse
Foto: Eric Gaillard/Reuters