Os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) se mostraram impacientes sobre as denúncias que receberam de moradores em suas redes sociais sobre o corte de energia e água feitos em plena pandemia do novo coronavírus.
Em março, quando os governos estadual e municipal tomaram medidas emergenciais para conter o coronavírus foram emitidos decretos de ambas as administrações proibindo o corte do fornecimento de serviços essenciais durante o período da pandemia.
As manifestações dos parlamentares foram feitas na manhã desta terça-feira, 14, na sessão virtual da Câmara Municipal de Manaus (CMM).
Após vários discursos, eles aceitaram o pedido da vereadora Mirtes Salles (Republicanos), que sugeriu que a concessionária Águas de Manaus seja convocada em caráter de urgência para explicar esses cortes que vão contra o que preconiza o decreto municipal.
O vereador Jaildo Oliveira (PCdoB) aproveitou para cobrar a votação de seu projeto de lei de nº 154/2017, onde dispõe sobre a obrigação das empresas concessionárias de energia elétrica e água a emitir um recibo de comparecimento referente a leitura dos contadores.
Em resposta, o presidente da CMM, vereador Joelson Silva (Patriotas), informou que o projeto está na Comissão de Finanças e será feito o parecer previsto para esta semana, incluindo a sua votação e encaminhamento à Comissão de Água e Saneamento (Comasa).
Sobre o assunto, Joelson aproveitou a ocasião para relatar o flagrante de um funcionário da Águas de Manaus realizando o corte em uma residência localizada no conjunto Ozias Monteiro, na Cidade Nova, Zona Norte de Manaus.
“Eu vou ligar para o prefeito para pedir providências com a prova (apontando para o celular) que estão cortando a água das pessoas. Isso é uma tamanha irresponsabilidade de uma empresa dessa”, criticou.
O vereador Mauro Teixeira (PMN) também falou sobre um caso semelhante com a empresa Amazonas Energia, onde os alguns moradores da Comunidade Mundo Novo e Parque das Nações entraram em contato com o parlamentar alegando sofrer cortes de energia.
Após buscar informações, o parlamentar disse que o decreto divulgado pelo Governo Federal onde dispõe sobre a interrupção nos cortes de água e energia elétrica, apenas entra em vigor quando a pessoa está pendente de débito.
O vereador David Reis (Avante) relatou que após uma conversa com a direção da Águas de Manaus, foi informado que os corte são de ligações clandestinas ou pessoas que tinham débito com a empresa antes da vigência do decreto.
A casa legislativa vai marcar a data da audiência com a Águas de Manaus.
Ana Flávia Oliveira, para O Poder
Foto: Reprodução