Os respiradores comprados pelo governo do Amazonas e colocados em exposição durante a inauguração do Hospital de Campanha na Universidade Nilton Lins custaram 7 vezes mais o valor de mercado, segundo denúncia feita pelo vereador Marcelo Serafim (PSB), em um vídeo compartilhado nas redes sociais. (Veja o documento no final da matéria)
De acordo com o vereador, além de apresentarem alto preços, os equipamentos não são respiradores de fato, mas, instrumentos utilizados em ambulâncias para transporte de pacientes, e não para ventilação como se precisa neste momento para ajudar os pacientes acometidos pela Covid-19.
“Eu estou vendo, ainda, pelas notas, que o senhor, governador, pagou cerca de R$ 100 mil para adquirir esses ventiladores, quando eles custam em média R$ 15 mil no mercado. Então, além de o senhor não está colocando os equipamentos corretos, ainda está pagando sete vezes o valor efetivo pelos ventiladores”, disse o parlamentar.
Marcelo Serafim criticou a compra feita pelo governo do Estado e pediu que Wilson Lima não faça “negócios para os amigos”. “Isso é grave, isso dá prisão. Não esqueça da operação Maus Caminhos, e tantas outras operações que colocaram na cadeia as pessoas que não respeitaram a saúde pública”, ressaltou o vereador.
‘Fantasia’
Outra denúncia encaminhada ao O Poder, traz informações de uma “possível” funcionária contratada para atuar no Hospital de Campanha na Nilton Lins,. Segundo relato, vários profissionais foram convocados sem nenhuma orientação do que realmente precisa ser feito. “Não tem nada pronto, tudo vazio, sem respiradores, sem equipamentos, sem nada”, diz em tom de desabafo.
A pessoa diz, ainda, que acha que foram convocadas apenas para aparecer no vídeo publicitário do governo. “Surreal e muito triste. Tantos anos de corrupção, roubo e descaso com a saúde. Cada um teve que levar sua máscara e assim ficamos, em pé aguardando alguma orientação. Ninguém sabe nada. Muito triste. Fomos liberados até a próxima orientação para comparecer no hospital novamente”, concluiu.
Silêncio
A reportagem de O Poder procurou a Secretaria de Estado da Comunicação (Secom) para questionar os valores dos respiradores, mas até a publicação desta matéria não havia respondido aos questionamentos.
Veja o documento aqui
Henderson Martins, para O Poder
Foto: Montagem