janeiro 2, 2025 23:35

Governo nega ‘lockdown’, mas líder de Wilson Lima defende a medida na Assembleia Legislativa

Um dia depois de o governo do Amazonas negar a possibilidade de implantar o lockdown (confinamento) como medida mais rígida de isolamento social para amenizar o aumento de infectados pelo coronavírus no Estado, a líder do governo na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), deputada Joana Darc (PL), defendeu a medida na manhã desta quarta-feira, 29, durante o pequeno expediente na sessão virtual da casa legislativa.

O Poder já havia questionado o governo a respeito, mas em nota, afirmou não haver essa possibilidade e ainda classificou de fake news informações a respeito que estão circulando nas redes sociais e grupos de conversa de aplicativo.

Na avaliação de Joana Darc, não adianta apenas que uma parte da população pratique o isolamento social e outra parte não, pois vão transmitir o vírus para as pessoas aumentando a demanda no atendimento de saúde.

“Não vai ter serviço de saúde que aquente, cemitério, crematório, a medida é ficar em casa. Ontem saiu em portais que Manaus e Fortaleza já existem recomendações de infectologistas que tenha o isolamento máximo que é o lockdown”, disse.

A deputada, no entanto, criticou a divulgação de informações falsas de que o governo do Estado já iria adotar o lockdown que está causando medo nas pessoas pensando no desabastecimento de produtos essenciais.

“Surgiu ontem informações falsas e as pessoas que fazem isso são criminosas terroristas e ainda incentivam que as pessoas corram para os supermercados drogarias, feiras temendo o desabastecimento”, afirmou a parlamentar se contradizendo.

Joana disse que vai solicitar da Prefeitura de Manaus e do governo do Estado medidas mais enérgicas de fiscalização e sugerir a implantação do lockdown. Ela disse que apresentou requerimentos solicitando medidas enérgicas de fiscalização nas feiras e nas filas das agências da Caixa Econômica onde estão ocorrendo aglomerações para recebimentos do auxílio emergencial  do governo federal.

“Sobre o isolamento máximo solicito da prefeitura e governo do Estado medidas mais energéticas de fiscalização e isolamento  máximo e senão é o caso de fazer o lockdown no Amazonas. Vemos todos os dias aglomerações nas feiras e daqui a duas semanas vamos ter pessoas contaminadas e contaminado outras pessoas. Se continuar vida normal, vida que segue temos que adotar medidas mais enérgicas”, alertou.

Deputados divididos

A sugestão de implantação de lockdown dividiu a opinião dos deputados. Felipe Souza (Patriota), por exemplo, se posicionou contra a medida mais radical de isolamento.

“A gente sabe que a situação é grave e tem muita gente na rua, mas o lockdown e uma medida muito drástica vai fechar tudo. Antes de se pensar no lockdown tem que se fazer um esforço muito grande do governo para colocar em funcionamento máximo o Delphina Aziz que tem  capacidade para 400 leitos e lá não tem 100 leitos ocupados. Tem que pensar em  lockdown depois de colocar 100% da nossa capacidade de operar”, disse.

João Luiz (Republicanos) informou que recebeu denúncias de mais 6 mil pessoas entre salões de beleza e barbearia que estão passando necessidades porque estão com os estabelecimentos fechados.

“Colocar lockdown no nosso Estado é colocar mais pessoa a passar fome. Precisa ter o controle das feiras, a organização, pois tem aglomerações”, assinalou.

A presidente da Comissão de Saúde da Aleam, Mayara Pinheiro (PP), acredita que é questão de tempo adotar o lockdown no Estado, que isso vem sendo sugerido por infectologistas.

“Quero reforçar a abertura dos leitos do Delphina Aziz e defender a questão do lockdown é uma medida extrema e venho falando há muito tempo e a gente tem exemplos de países que adotaram a medida como a Alemanha e que apesar de terem um sistema de saúde muito mais conciso que o nosso ainda assim quando fizeram o lockdown foi uma medida eficaz”, disse.

“Acho que esse momento vai chegar. Creio que do jeito que estamos o lockdown se faz necessário. O Júlio Croda que é um infectologista pesquisador da Fiocruz falou sobre a necessidade em o Estado do Amazonas e Ceará pensarem em usar essa medida”, concluiu.

 

 

 

Augusto Costa, para O Poder

Foto: Aleam

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