julho 26, 2024 23:18

Há mais de 5 horas na PF de Curitiba, depoimento de Moro não tem hora para acabar

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O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro começou, por volta das 14h20 (horário de Brasília) deste sábado, 2, a prestar depoimento em Curitiba, no inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometeu crimes por interferência na Polícia Federal. Moro chegou em um carro oficial da corporação, por volta das 13h15, à sede da Superintendência da Polícia Federal na capital do Paraná.

O secretário-geral da seccional paranaense da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Rodrigo Sánchez Rios, e mais três advogados de um escritório criminalista acompanham o ex-ministro. “O depoimento não tem hora para acabar”, disse ao UOL um dos defensores de Moro.

O depoimento é também acompanhado pelo delegado federal Igor Romário de Paula, diretor de Investigação e Combate à Corrupção (Dicor/PF). O delegado chefiou a equipe de policiais federais que atuaram na Operação Lava Jato, cujos processos em primeira instância eram presididos por Moro, quando ele era juiz federal. Três procuradores da República e dois delegados federais da SINQ (Serviço de Inquéritos da Dicor/PF) conduzem o depoimento.

O depoimento se realiza em uma sala ampla da sede curitibana da PF. Os participantes mantêm uma distância de pelo menos 1,5 m uns dos outros. Todos os presentes usam máscaras.

Clima de tensão

Durante a manhã, apoiadores de Bolsonaro e de Moro, se concentraram em frente à sede da PF em Curitiba. Os dois grupos começaram a trocar insultos e um dos manifestantes (não se sabe integrante de qual grupo) chegou a agredir um cinegrafista da RIC TV (afiliada da Record no Paraná). Policiais militares intervieram e controlaram a confusão.

Inquérito no STF

A investigação foi aberta a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, que também quer investigar se o ex-juiz da Lava Jato cometeu crime de denunciação caluniosa. O inquérito corre no Supremo Tribunal Federal (STF). O relator é o ministro Celso de Mello, que deixa a corte no fim do ano.

Em entrevista à revista Veja, Moro disse que considerou “intimidação” o fato de a Procuradoria-Geral da República o investigar por suposta denúncia falsa. Aras foi indicado ao cargo pelo próprio Bolsonaro, numa ação em que o presidente deixou de escolher um nome da lista tríplice de candidatos eleitos internamente pelo Ministério Público Federal.

Em resposta, Aras disse que não admite ser manipulado ou intimidado.

A demissão de Moro foi o desfecho de uma crise que começou em 2019, quando Bolsonaro interveio na PF no Rio de Janeiro. Ao pedir exoneração do cargo de ministro no último dia 24 de abril, Moro afirmou que Bolsonaro tentou interferir e receber dados sigilosos de investigações da Polícia Federal.

Bolsonaro admite que quer ter acesso a relatórios de inteligência diretamente da PF todos os dias. Moro afirma que isso é interferência e que é uma atitude antirrepublicana e contra os princípios constitucionais. Bolsonaro considera que esse procedimento é normal.

 

 

Conteúdo: UOL Notícias

Foto: Divulgação

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