setembro 7, 2024 21:04

CPI da Saúde inspeciona Hospital Nilton Lins e constata falta de controle em pagamentos

Ao examinar documentos durante inspeção ao Hospital de Campanha Nilton Lins, na tarde desta sexta-feira 29, os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) constataram a existência de pagamentos milionários sem controle, haja vista que os gestores não apresentaram contratos dos serviços.

Um exemplo, segundo salientou um dos membros da CPI, o deputado Wilker Barreto (Podemos), é o contrato com a empresa Líder, no valor de R$ 10 milhões.

O deputado adiantou que vai acionar o Ministério Público (MP-AM) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) na segunda-feira, 1º de junho, para avaliar como estão sendo realizados esses pagamentos.

“É impressionante o descontrole assumido pelos diretores e pelo atual secretário da capital (Thales Shincariol) que era diretor. Isso é grave, é o dinheiro do contribuinte literalmente indo pelo ralo. Não estamos discutindo a qualidade dos serviços prestados ainda não chegamos nessa parte. Fiquei triste e chateado a forma como eles estão cuidando da coisa pública naquele hospital”, denunciou.

Segundo o deputado, a inspeção foi prejudicada porque a direção do hospital não conseguiu informar em uma lauda quais são as empresas que prestam serviços lá dentro. “Como é que você no final do mês paga elas? Ou seja, a empresa prestadora de serviço põem na nota o que está na cabeça deles”, denunciou.

‘Vergonhoso’

O presidente da CPI, deputado Delegado Péricles (PSL), considerou vergonhosa a falta de organização, controle interno e transparência no hospital.

“Hoje constatamos o que motivou a CPI: total descontrole, falta de transparência quando o assunto são empresas contratadas, destinação do dinheiro público. Hoje não tivemos acesso à informações básicas, como número de profissionais de empresas terceirizadas de plantão ou cópia de contratos firmados pelo hospital. Nada. Nenhuma informação básica nos foi fornecida de forma precisa. Falta controle fiscal e transparência nos contratos dentro do próprio hospital referência”, afirmou.

Além de Péricles participaram da inspeção à unidade de saúde os membros titulares deputados Fausto Jr (PRTB), Wilker Barreto e Dr. Gomes (PSC).

A comissão ainda reforçou aos representantes da unidade hospitalar – o diretor do hospital, Fabrício Alva de Souza; e o ex-titular, Thales Schincariol, dentre outros – que sem acesso aos dados é impossível manter um controle fiscal ou atestar qualquer contrato relacionado aos serviços prestados no local.

“A própria diretoria do hospital não tem acesso a dados básicos relacionados aos contratos. O setor de atesto sequer ainda teve acesso a eles. Isso trata-se de uma CPI. O mínimo deveria ter sido apresentado para todos nós durante essa inspeção.  Fechamos prazo até a próxima quinta-feira para que o diretor do hospital nos encaminhe planilha com nomes de empresas contratadas e respectivos”, questionou.

Delegado Péricles afirmou ainda que outras unidades de saúde também devem receber inspeção no decorrer da CPI. “Devemos sim percorrer outras unidades e ver se a situação que encontramos aqui hoje é comum a todas elas. A saúde está um caos e não podemos mais lidar com desorganização administrativa. É dinheiro público. São vidas em jogo”, concluiu.

 

 

Augusto Costa, para O Poder

Foto: Divulgação

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