Após a informação de que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), estaria consultando os parlamentares do Amazonas sobre um novo nome para comandar a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), a bancada federal negou o diálogo sobre a mudança da autarquia. Nesta segunda-feira, 1, circulou a informação de que o coronel Alfredo Menezes teria sido demitido da Suframa pelo presidente.
A hipótese de que Bolsonaro estaria buscando opções para um novo comando da Suframa foi levantado pelo deputado federal José Ricardo (PT). “O presidente Bolsonaro demitiu o superintendente da Suframa, Alfredo Menezes. Circulam informações de que agora ele estaria consultando os parlamentares da bancada do Amazonas para um novo nome. Sou da bancada e não fui consultado. Pode ser uma consulta apenas para os seus aliados, mas não para a bancada”, cutucou o parlamentar.
Conforme o petista, já se falam na indicação de outro militar, um general. “Tudo na base dos conchavos e acordos políticos e nada pela melhoria na gestão da Suframa e do desenvolvimento do Amazonas. Da mesma forma, Bolsonaro disse que a implementação da Secretaria Nacional da Amazônia, criada em 2019, seria uma busca de união pelo desenvolvimento da região. Mais uma mentira. Até hoje, não sabemos como irá funcionar e nem quais interesses por trás dessa proposta. Somente, que mais um aliado político irá assumir o cargo”, criticou o deputado.
José Ricardo ainda direcionou duras críticas ao governo federal. “Um governo de mentiras e que desde o início vem trabalhando para acabar com os incentivos fiscais e com a Zona Franca de Manaus, um modelo de desenvolvimento, que apesar de nossas críticas, gera mais de 90 mil empregos diretos, e é a principal fonte de arrecadação do Estado do Amazonas”, acrescentou.
Sem conversa
O líder da bancada federal do Amazonas, senador Omar Aziz (PSD), negou que houvesse alguma conversa entre os parlamentares e o presidente da República sobre a troca de comando na Suframa. “Não existe nenhum diálogo sobre isso”, ressaltou o parlamentar.
Da mesma forma, os senadores Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB) descartaram qualquer diálogo entre a bancada e o presidente Jair Bolsonaro. “A mudança é de inteira responsabilidade do presidente”, completou o senador tucano Plínio Valério.
O deputado federal Marcelo Ramos (PL), também negou qualquer tipo de conversa com o presidente da República. “Posso falar por mim. Eu não tenho diálogo pra indicar ou vetar ninguém no governo”, completou.
Assim como Ramos, o deputado federal Silas Câmara (Republicanos) negou que tenha havido algum contato por parte da presidência da República sobre indicação de algum nome para a Suframa. O mesmo discurso foi do deputado federal Capitão Alberto Neto, também do Republicanos.
“Desconheço essa informação, também, ainda não falei com Menezes, nem com o presidente da República sobre o assunto, ou conversei com algum ministro”, disse o parlamentar.
Decisão do Executivo
Para o deputado Bosco Saraiva (SD) se efetivada a troca no comando da Suframa, terá sido uma medida exclusiva do Poder Executivo.
Já o deputado Sidney Leite (PSD), disse que o presidente tem toda autonomia para fazer trocas na estrutura administrativa. “Torço para que o novo superintendente possa desenvolver um bom trabalho, pois, sabemos do papel que tem a Zona Franca de Manaus, como um indutor de desenvolvimento regional na Amazônia Ocidental, e neste momento de pandemia, pós-pandemia, a bancada do Amazonas tem que está alinhada em defesa na ZNF, mantendo as vantagens comparativas, mas, também lutando para trazer outros investimentos para o Polo Industrial”, completou o parlamentar.
Procurados pelo O Poder, os deputados Átilas Lins (PP) e Delegado Pablo (PSL), não responderam aos questionamentos.
Henderson Martins, para O Poder
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