novembro 25, 2024 06:28

João Paulo Marques, ex-executivo da Susam, depõe por mais de 3 horas na CPI da Saúde

Depois de mais de três horas de depoimento, o ex-secretário-executivo da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), o advogado João Paulo Marques, participou da oitiva na CPI da Saúde nesta sexta-feira, 26. Considerado “peça chave” para esclarecer a investigação que apura fraude no processo de compra dos respiradores pelo governo do Estado durante a pandemia, o ex-secretário, em determinados momentos, caiu em contradições.

O presidente da CPI, deputado delegado Péricles (PSL), anunciou logo depois da reunião que vai pedir o afastamento cautelar do advogado João Paulo da função da Procuradoria-Geral da Suhab, cargo que ocupa atualmente no governo.

“Terminamos agora a nossa oitiva onde ouvimos o ex-secretário-executivo João Paulo. A oitiva dele foi importante para esclarecimentos, apesar de ter muita contradição no que ele disse para a CPI que não confirma no que nós já temos de depoimentos e documentos. Há tanta contradição que nós estamos requerendo o afastamento cautelar durante o período da comissão da função que ele exerce como procurador-chefe da Suhab. Também aprovamos alguns requerimentos e algumas convocações”, afirmou.

O presidente da CPI informou que João Paulo era o secretário em exercício e foi ele quem comandou e acelerou todo o processo irregular de compra dos respiradores “E agora diz que não sabe de nada? Isso só pode ser incompetência ou má-fé, e em ambos os casos é necessário afastá-lo cautelarmente do cargo atualmente ocupado até mesmo para proteger as investigações e o erário”, disse.

Péricles ainda confirmou que na próxima segunda-feira, 29, às 10h, será a será a vez dos depoimentos do ex-secretário-executivo do Fundo  Estadual da Saúde, Perseverando da Trindade. Á tarde, será ouvido a partir das 14h, o ex-secretário de Estado da Saúde, Rodrigo Tobias.

Ainda serão convocados para depor na próxima semana, provavelmente na quarta-feira, 1º de julho, como testemunha, a proprietária da empresa Norte Serviços Médicos Ltda, Gezelidia Bezerra de Moraes, e Carlos Henrique, procurador da lavandeira que lavou, em um dia, quatro mil quilos de roupas de quatro pacientes internados no hospital Nilton Lins.

Na avaliação de Wilker Barreto (Podemos), de acordo com as investigações ficou claro que o processo envolvendo o hospital de campanha Nilton Lins foi montado. “Na medida que ele (João Paulo) liga para a secretária da capital assinar processos que tiveram que para fazer mudanças sem nenhum adendo dentro do processo, para as referidas mudanças isso é grave. Não pode mudar processo sem justificar as devidas mudanças estruturais dentro do mesmo processo. Ficou claro que ele (João Paulo) foi desmentindo pela falar dos depoentes anteriores. Ele se enrolou mais do que se ajudou”, pontuou.

No momento em que estava depondo, João Paulo caiu em contradição quando chegou a afirmar não ter autorizado pagamento de respiradores, quando confrontado pelo deputado Péricles Rodrigues, o qual afirmou que o processo ficou pronto e foi pago em cerca de 24 horas. Marques reiterou que processos de autorização de pagamentos não passavam por ele, mas que, como medida preventiva, fez a digitalização dos processos sobre os quais estava sendo questionado.

A CPI da Saúde retornou os trabalhos esta semana após passar quase 15 dias suspensa por liminares da Justiça.

 

 

Augusto Costa, para O Poder

Foto: Divulgação

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