Num discurso inflamado e em tom de desabafo, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), Josué Neto (PRTB), criticou o governo do Estado por ainda não ter enviado o projeto de lei da Comissão Especial de Estudos, que regulariza o mercado do gás natural no Amazonas. Josué chegou a dizer que o governo está desrespeitando o Parlamento e, chegou a pronunciar uma palavra de baixo ao se referir como está sendo tratado o deputado Sinésio Campos (PT) pelo governo. O parlamentar integra esta comissão especial e foi o relator do anteprojeto de lei.
Josué falou que a comissão aprovou o nome do deputado Sinésio para a Comissão Especial de Estudos e que o projeto da lei do gás natural está pronto, mas está engavetado. O presidente disse ainda que crime não é apenas utilizar os recursos de forma errada, mas quando o governo não cumpre a sua função de promover o bem comum de construir o futuro de trilhar a estrada do desenvolvimento no Estado.
Josué continuou atacando o governo do Estado e disse que não existe problema jurídico ou político, para aprovação da lei, mas insinuou que alguém está pagando isso.
“Por que o governo não aprova essa lei? Quem é que está pagando para alguém do governo para essa lei não ser aprovada? O que o Carlos Suarez dono da Cigás, quanto ele está pagando para o governador (Wilson Lima) ou o desgovernador (Carlos Almeida Filho), para essa lei não ser aprovada nessa casa? Porque temos 20 dias no máximo para aprovar essa lei. A Fundação Getúlio Vargas já disse no seu estudo que em dez anos são R$ 3 trilhões de investimentos no Amazonas é uma nova Zona Franca de Manaus e 36 mil novos empregos”, alfinetou.
“Quero saber com que consciência os deputados dessa casa dormem sabendo que não estão a favor do povo desse Estado. Com que consciência vossa excelência dorme deputado Roberto Cidade, consegue encostar sua cabeça no travesseiro e dormir? Vossa excelência e outros deputados. Posso citar o seu nome porque estou na tribuna possa citar o nome do Adjuto Afonso, Augusto Ferraz, Therezinha Ruiz, Alessandra Campelo”, disparou.
Base reage
Visivelmente irritada, Alessandra Campelo (MDB) se pronunciou logo depois e disse que não aceitaria “molecagem” no plenário e exigiu respeito com os colegas citados por Josué Neto durante o seu discurso quando citou os deputados Roberto Cidade (PV) e Therezinha Ruiz (PSDB). Ela também relembrou que foi ela quem apresentou o requerimento para redução do prazo da Comissão Especial de Estudos para apresentar o projeto do gás.
Cabo Maciel falou que era filho de um picolezeiro e uma doméstica e, ameaçou, afirmando que a partir de agora os ataques serão certeiros e na mesma altura. “De forma muito franca eu ainda não tive ameaça mais se tiver quero que seja homem de me chamar e ameaçar. Estou no meu terceiro mandato em 2014 tive uma eleição dura e consegui sobreviver em 2018 ninguém esperava que eu fosse eleito e o meu trabalho me permitiu se o décimo mais votado. Quem quiser partir para o lado sujo pode partir do jeito que vim eu vou”, disparou.
Belarmino Lins (PP) disse que queria formular um apelo a todos os deputados para manter o nível de respeito. “Porque senão for assim, vamos transformar o Parlamento num campo de batalha, num garimpo”, disse.
Após a repercussão negativa do embate, Josué Neto voltou ao grande expediente e pediu desculpas aos colegas deputados.
Josué finalizou dizendo que o importante era excluir as questões pessoais é fazer com que o “desgoverno” do Amazonas respeite a Assembleia Legislativa.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Divulgação