A Prefeitura de Manaus injetou R$ 61,8 milhões de recursos públicos para financiar despesas das empresas de ônibus durante o período da intervenção financeira no sistema de transporte público, entre julho de 2019 e janeiro de 2020, segundo o relatório final de intervenção enviado a Câmara Municipal de Manaus (CMM). A prefeitura justifica no documento o repasse como necessário para equilibrar as contas financeiras das empresas.
De acordo com o relatório enviado a CMM, 82,5% dos R$ 61,8 milhões foram utilizados para pagar adiantamento salarial e o pagamento do mês dos funcionários das empresas de ônibus. Ainda segundo o relatório, os 11,6% restantes foram utilizados para compra de combustível.
O documento aponta ainda que com a declaração, durante os seis meses de intervenção, fora os R$ 61,8 milhões repassados pela Prefeitura de Manaus, as empresas arrecadaram R$ 142,8 milhões com a venda de passagem, por intermédio do Sistema de Bilhetagem Eletrônica (SBE) e o montante integral movimentado no período foi de R$ 204,7 milhões.
Segundo o interventor do município no relatório, Francisco Bezerra, destes R$ 204,7 milhões (70,4%) o equivalente a R$ 144,2 foram utilizados para pagamento da folha das empresas. “O que demonstra o alto custo com esse tipo de despesa”, afirmou.
Outra medida adotada durante os seis meses da intervenção, os recursos arrecadados pelas empresas com a venda de passagem por meio do SBE (Sistema de Bilhetagem Eletrônica) foram depositados direto em duas contas da prefeitura que repassava as verbas às empresas para que elas pagassem as suas dívidas.
O Portal O Poder entrou em contato com a Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) via e-mail, para repercutir o relatório da intervenção do transporte coletivo, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.
Confira na íntegra o relatório da prefeitura
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Augusto Costa, para O Poder
Foto: Semcom