O governo reanalisou sua projeção para o déficit primário do setor público consolidado em 2020 e aguarda um rombo de 812,2 bilhões de reais, o equivalente a 11,3% do Produto Interno Bruto, anunciou nesta quinta-feira, 30, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues.
A nova previsão leva em conta a expectativa de uma retração de 4,7% do Produto Interno Bruto no ano. Em uma projeção anterior, o déficit primário de 12% do PIB (828,6 bilhões de reais), considerava uma queda de 6,5% do PIB projetada então pelo mercado, de acordo com o relatório Focus.
Waldery informou que a expectativa no momento é que o Brasil chegue ao final do ano com uma dívida bruta de 94,7% do PIB (98,2% do PIB antes) e uma dívida líquida de 67,2% do PIB (69,9% antes).
As novas previsões não consideram, no caso da dívida, uma eventual ação do Banco Central que impacte o indicador, como a venda de reservas internacionais ou o eventual repasse de parte dos ganhos registrados com operações cambiais, declarou Waldery.
Ainda durante a comissão do Congresso, o secretário informou o compromisso do governo com o teto de gastos neste ano e nos próximos, frisando que a regra é a única âncora fiscal do governo para 2020.
“O teto de gastos será mantido em sua íntegra, todos os programas que estão sendo desenhados levam em conta essa premissa”, afirmou. “É a super âncora fiscal”, acrescentou.
O governo foi liberado pelo Congresso de cumprir uma meta para o superávit primário diante da demanda por aumento de gastos imposta pela pandemia do novo coronavírus. Também foi permitido o descumprimento a chamada regra de ouro, norma constitucional que proíbe o governo de se endividar para cobrir gastos correntes.
Para o governo central, como já anunciado na semana passada, a expectativa é de um déficit primário de 787,4 bilhões de reais.
Conteúdo: Reuters
Foto: Sergio Moraes/Reuters