A quatro dias do início do prazo das convenções partidárias, algumas pré-candidaturas a prefeito de Manaus, que não chegam a cravar 2% nas pesquisas de intenção de voto, estão ameaçadas e podem até naufragar antes mesmo das convenções de seus respectivos partidos.
Pré-candidatos como Alfredo Menezes (Patriotas), Hissa Abrahão (PDT), Ricardo Nicolau (PSD) e Romero Reis (Novo) estão nesse contexto e, mesmo estando otimistas, com parte do bloco na rua, seus nomes não avançam nas pesquisas, o que acaba sendo um grande empecilho para articular alianças políticas e apoios de empresários.
Excesso de confiança
Ex-superintendente da Suframa, o coronel da reserva Alfredo Menezes, ignora a falta de aliança política local e se ampara num utópico apoio do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) e do vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), para alavancar seu nome. O que parece uma missão difícil, uma vez que Bolsonaro já declarou, publicamente, que não vai se envolver nas eleições municipais.
Além disso, Menezes sequer tem aparecido nas pesquisas de intenção de voto. Uma das poucas vezes em que foi citado, na pesquisa do Instituto Projeta, ele ficou somente com 1% da preferência dos entrevistados.
PDT pode recuar
Ex-deputado federal e ex-vice-prefeito de Manaus, Hissa Abrahão (PDT) atravessa o mesmo dilema.
Pré-candidato a prefeito pelo PDT, Hissa tem apresentado um desempenho baixíssimo nas recentes pesquisas de intenção de voto. Na última sondagem do Instituto Pontual, divulgada no início deste mês, por exemplo, ele conseguiu apenas 1,9% da lembrança do eleitor entrevistado.
Nos bastidores, conforme apurado pela reportagem, a direção nacional do partido já orienta o pré-candidato a recuar e, a articular uma aliança em que possa sair como vice. O que tem gerado resistência interna.
Aliado a esse baixo desempenho, Hissa Abrahão ainda enfrenta pendências nos órgãos de controle, a exemplo do Tribunal de Contas do Estado (TCE), em que aparece como ‘ficha-suja’, com contas reprovadas pelo órgão.
Otimista e confiante, mas…
Otimista com sua pré-candidatura a prefeito e, inclusive, já tendo conquistado algumas alianças como o PSB e o Solidariedade, o deputado estadual Ricardo Nicolau (PSD) também não tem conseguido decolar nas pesquisas, ficando abaixo dos 2% de intenção de voto.
Nas duas últimas pesquisas do Instituto Pontual para a Prefeitura de Manaus, divulgadas em junho e agosto deste ano, Nicolau até apresentou um aparente crescimento: de 0,5% na pesquisa realizada em junho para 1,6%, em agosto.
O pré-candidato está buscando mais apoios, ‘cobiça’ uma aliança com o PSL, não descarta bater na porta do PSDB, do prefeito Arthur Neto, mas rechaça qualquer apoio que venha do PSC, do governador Wilson Lima. Pelo menos é o que tem externado em recentes declarações.
O discurso do Novo não emplaca
Com dificuldade em fechar alianças e apoios, o empresário Romero Reis já anunciou chapa ‘puro-sangue’ para a disputa eleitoral, mas sua pré-candidatura corre o risco de não decolar ou, literalmente, ser um fiasco no pleito.
Nas duas últimas pesquisas do Instituto Pontual, ele caiu nas intenções de votos: de 1,3% para 0,3% e tem ‘suado’ para se tornar mais conhecido entre o eleitorado local e modificar estes números até às eleições.
Enquanto as convenções não iniciam, pré-candidatos, dirigentes partidários e caciques políticos esquentam os bastidores pré-eleição no sentido de arrematar apoios e até mesmo sepultar candidaturas concorrentes.
As convenções acontecem de 31 de agosto a 16 de setembro.
Valéria Costa, para O Poder
Foto: Montagem