novembro 27, 2024 22:33

Contadora da OS que administra o ‘Delphina’ entra em contradição ao depor na CPI da Saúde

Num depoimento repleto de contradições e até a recusa de entregar documentos com dados detalhados, a contadora da organização social Instituto de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), Thayane Cristina de Souza, prestou depoimento na tarde desta quinta-feira, 27, na CPI da Saúde da Assembleia Legislativa do  Amazonas (Aleam), quando falou sobre o pagamento dos serviços prestados no Hospital Delphina Aziz e em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), deputado delegado Péricles (PSL), em determinados momentos da oitiva questionou a depoente por estar se negando a dar informações aos membros do colegiado.

“Hoje a CPI da Saúde ouviu a contadora Thayane da Organização Social de Saúde que presta serviços por contrato de gestão no Hospital Delphina Aziz. Houve inúmeras contradições ela não soube explicar nem mesmo sobre prestação de contas da OS sobre as fiscalizações que não foram executadas, assim como informações básicas a respeito da diretoria da OS”, afirmou.

Péricles afirmou ainda que a intenção da OS é atrapalhar e não trazer as informações necessárias a CPI da Saúde que investiga fortes indícios de irregularidades existentes nesse contrato de gestão da Secretaria de Estado de Saúde (Susam) com a OSS (Organização Social de Saúde) que não funciona a contento e não dá o atendimento adequado a população do estado do Amazonas.

Ao ser questionada pelo deputado Wilker Barreto (Podemos) sobre entregar aos membros da CPI as informações que estavam em seu poder durante o depoimento que estão no Portal da Transparência e são públicas, a contadora Thayane Cristina afirmou que os documentos foram elaborados para responder os questionamentos, mas se o deputado apresentasse requerimento ela forneceria.

Em relação aos gastos com insumos e equipamentos cirúrgicos gastos mensalmente no hospital, a contadora afirmou que a média de gastos mensais é em torno de R$ 3 milhões e que no balanço que ela entregou a comissão estava tudo discriminado.

“São R$ 3 milhões gastos com insumos. Ainda tem folha, serviços, algumas outras despesas administrativas e financeiras que estão previstas no plano de trabalho também”, disse.

Ao ser questionada pelo deputado Péricles como a OS gasta todos os meses 100% dos valores, sendo os mesmos  serviços prestados, Thayane tentou explicar. “Nós gastamos o que nós recebemos. Como a gente está recebendo sempre posteriormente a execução do serviço a gente quando recebe já tem que ter pago a folha dos funcionários. Então hoje a nossa folha em um ano e seis meses de gestão ela nunca atrasou. Nem folha e recolhimento de encargos sociais, então a gente acaba recebendo hoje e fazendo uma projeção financeira do que vamos pagar a cerca de 45 dias”, afirmou, negando que a instituição esteja recebendo pagamentos antecipados atualmente.

A CPI da Saúde volta a se reunir nesta sexta-feira, 28, para ouvir os depoimentos do diretor executivo do INDSH, José Luiz Gasparini, às 9h30; da diretora administrativa da Upa Campos Sales, Renata Duran, às 11h; e do ex-secretário executivo do Fundo Estadual de Saúde, Perserverando da Trindade Garcia Filho, às 14h30.

 

 

 

Augusto Costa, para O Poder

Foto: Divulgação

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