Das 11 candidaturas homologadas nesta quarta-feira, 16, para a disputa pela Prefeitura de Manaus nas eleições municipais deste ano, seis são de composições ‘puro-sangue’, ou seja, sem alianças com outros partidos, numa chapa própria com a legenda de origem, tanto o que encabeça a chapa quanto o vice.
Mas, entre estas chapas originais, uma é privilegiada. Trata-se da encabeçada pelo ex-governador Amazonino Mendes, que tem como vice o deputado estadual Wilker Barreto, ambos do partido Podemos. Mesmo sendo ‘puro-sangue’, o candidato conseguiu atrair apoios das legendas MDB, PSL e Cidadania, ganhando musculatura para a campanha eleitoral e ajuda com o tempo de TV, fundo partidário e representadas pelo senador Eduardo Braga, o deputado federal Pablo Oliva e o empresário Jesus Alves, respectivamente.
As outras quatro chapas genuínas são: Chico Preto (DC), Alfredo Menezes (Patriota), Marcelo Amil (PCdoB), Romero Reis (Novo) e Gilberto Vasconcelos (PSTU), que se lançaram apenas com o apoio de seus respectivos partidos, sem nenhuma outra aliança.
Com essa conjuntura, Amazonino reuniu quatro legendas com uma robusta cifra de fundo partidário. O PSL, por exemplo, é o partido que vai receber o segundo maior fundo partidário nas eleições deste ano, no montante geral, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de R$ 199,4 milhões, que serão distribuídos com todos os diretórios espalhados pelo Brasil.
Além do PSL, Amazonino conseguiu atrair o MDB, que representa o terceiro maior repasse de fundo partidário entre as demais legendas, em um montante superior a R$ 148,2 milhões. O candidato também atraiu o Cidadania, que está na 18ª posição entre os maiores valores de fundo partidário, com R$ 35,8 milhões.
O ex-governador já dispõe do fundo partidário do Podemos, que está na 12ª colocação entre os maiores valores distribuídos para gastos eleitorais, em um montante superior a R$ 77,9 milhões.
Articulação
Para o cientista político Carlos Santiago, nesse processo eleitoral teve candidatos que coligaram por conta de afinidade política, ideológica, popularidade, alguns por conta da maior possibilidade de articulação, e também com pessoas com vidas limpas, sem restrições nos órgãos judiciais em nos de controle.
“Quem mais conseguiu alcançar tudo isso, ter esse perfil e não abrir mão do cargo vice para outras legendas foi o ex-governador Amazonino Mendes, que conseguiu montar uma coligação que garantiu para ele fundo partidário e tempo de televisão. Diferente de outros nomes que tiveram que procurar outra legenda para se consolidar e ganhar musculatura, sem contar que muitas não conseguiram”, ressaltou o especialista.
Santigo disse, ainda, que pior que não conseguir musculatura em alianças com outros partidos, saindo isoladamente, é a situação de quem não conseguiu manter a candidatura e no fim do prazo, resolveu recuar.
“Quem saiu isolado não saiu por querer, por não querer apoio, ou abrir espaço. Se saiu de forma isolada, é fato de não alcançar um patamar de aceitabilidade junto a outro partido. No entanto, o mais negativo é aquele que não conseguiu se manter candidato, mesmo administrando uma sigla, no caso Josué Neto. Lá atrás ele disse que só conseguiria ser candidato se tivesse um partido em mãos, mas, não conseguiu se lançar candidato”, explicou o cientista político.
As candidaturas homologadas em convenção têm até o próximo dia 26 para solicitarem os respectivos registros de candidaturas junto à Justiça Eleitoral para que sejam julgadas aptas a prosseguir no processo eleitoral.
Henderson Martins, para O Poder
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